Ministro Carlos Lupi pediu demissão após pressão por escândalo no INSS, mas indicou aliado de 35 anos para sucedê-lo. PDT avisa que romperá com governo Lula se houver demissões sem negociação.

O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), oficializou sua demissão nesta sexta-feira (2/5) após semanas de crise devido a fraudes bilionárias no INSS, mas garantiu continuidade de sua influência na pasta com a nomeação do secretário-executivo Wolney Queiroz, aliado histórico, para substituí-lo. A saída, no entanto, acirra a tensão entre o PDT e o governo Lula, com o partido ameaçando deixar a base aliada caso não haja diálogo sobre a sucessão.

A saída de Lupi e a manutenção do controle

Lupi entregou o cargo após reunião com Lula, pressionado por:

  • Relatórios da CGU e operação da PF que revelaram R$ 6,3 bilhões em descontos irregulares de aposentados entre 2019 e 2024.
  • Críticas à gestão, incluindo demora para agir após alertas sobre fraudes em 2023.

Apesar da saída, Lupi mantém poder indireto:

  • Wolney Queiroz, novo ministro, é seu aliado há 35 anos e declarou publicamente lealdade: “Sob sua liderança, nunca dei um voto contrário”.
  • O PDT controla a pasta mesmo após a troca, evitando ruptura imediata.

Ameaça do PDT e crise política

A bancada do PDT no Congresso advertiu que a demissão sem negociação levará ao rompimento com o governo. O líder do partido na Câmara, Mário Heringer, afirmou:

  • “Se Lupi sair, nós sairemos. Não há reciprocidade”.
  • O partido tem 17 deputados e 3 senadores — perda significativa para a base lulista.

Repercussão e próximos passos

  • Lupi negou envolvimento nas fraudes: “Meu nome não foi citado”.
  • Lula aceitou a demissão, mas evitou confronto direto com o PDT, mantendo Wolney na pasta.
  • Oposição pressiona por CPI do INSS e até impeachment de Lupi.

Contexto: As fraudes no INSS foram expostas por uma série de reportagens do Metrópoles, que mostraram como entidades vinculadas a laranjas faturavam milhões com descontos não autorizados.


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1 comentário em “Lupi deixa Previdência, mas mantém influência com aliado no comando; PDT ameaça sair do governo

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