STF prepara-se para julgar núcleo militar da tentativa de golpe: o que esperar do próximo capítulo do processo
STF analisará denúncia contra 12 militares por ações para impedir posse de Lula. Entenda as acusações e os impactos para as Forças Armadas

Primeira Turma do Supremo deve analisar denúncia contra 12 militares acusados de planejar ações para impedir a posse de Lula em 2023. Grupo inclui generais da ativa e da reserva
1. QUEM SÃO OS 12 MILITARES DO “NÚCLEO TÁTICO”?
O STF deve julgar em breve o terceiro grupo de acusados na investigação sobre a tentativa de golpe de 2022, composto por:
- 4 generais da ativa (incluindo o ex-comandante do Comando Militar do Planalto)
- 5 coronéis e tenentes-coronéis
- 3 agentes da Polícia Federal com ligações com a Abin
Principais acusações:
- Monitoramento ilegal de autoridades do STF e TSE
- Elaboração de planos para justificar intervenção militar
- Pressão sobre o Alto Comando das Forças Armadas
Destaques:
- General Estevam Gaspar: Acusado de articular reuniões secretas no QG do Exército
- Tenente-coronel Rafael Martins: Responsável por relatórios falsos sobre “fraudes eleitorais”
- Delegado Wladimir Matos: Ligado à operação que vazou dados sigilosos do TSE
2. AS PROVAS QUE FUNDAMENTAM A DENÚNCIA
A PGR apresentou um dossiê com:
- Gravações clandestinas de reuniões no Ministério da Defesa (novembro/dezembro de 2022)
- Relatórios da Abin mostrando vigilância a ministros do STF
- Mensagens de WhatsApp que mencionam “Operação Guararapes” (referência ao golpe de 1964)
- Minutas de decretos para fechar o Congresso e o STF
Ponto crucial: Parte dos militares mantinha contato direto com Mauro Cid, que já é réu no “núcleo crucial”
3. O PAPEL DESTE NÚCLEO NO PLANO GOLPISTA
Segundo a PGR, o grupo teria atuado em três frentes:
- Inteligência: Produção de dados falsos para desacreditar as eleições
- Logística: Preparação de quartéis para receber manifestantes golpistas
- Operações: Rastreamento de autoridades-alvo (incluindo Lula e Moraes)
Ironia histórica: Dois dos acusados participaram da Missão de Paz no Haiti, treinada para “proteger democracias frágeis”
4. OS RISCOS PARA AS FORÇAS ARMADAS
O julgamento pode:
- Aprofundar a crise entre cúpula militar e governo Lula
- Expor divisões internas: Parte dos acusados era contra o golpe, mas omitiu informações
- Acelerar reformas no sistema de inteligência brasileiro
Dado alarmante: 68% dos presos do 8/1 tinham ligação com as Forças Armadas ou polícias (dados do MPF)
5. PRÓXIMOS PASSOS DO PROCESSO
- 20-21/maio: Data provável do julgamento na Primeira Turma
- Prazos: Interrogatórios devem começar em junho
- Repercussão: Julgamento ocorrerá durante visita de Lula à China, aumentando tensões geopolíticas
Alerta jurídico: Condenações podem chegar a 15 anos por “organização criminosa armada”
1 comentário em “STF prepara-se para julgar núcleo militar da tentativa de golpe: o que esperar do próximo capítulo do processo”