Exército mente sobre documentos golpistas: A estratégia de ocultação que ameaça a democracia
Força Terrestre nega acesso a relatórios que comprovam monitoramento de acampamentos antidemocráticos, violando a Lei de Acesso à Informação

Introdução
O Exército mente sobre documentos golpistas — e a prova está na série de negativas contraditórias que a Força Terrestre vem apresentando desde 2022. Relatórios internos, produzidos com dinheiro público e de interesse nacional, estão sendo sistematicamente escondidos da sociedade, em uma clara violação à Lei de Acesso à Informação (LAI) e aos princípios constitucionais de transparência.
Enquanto o país ainda sofre as consequências do 8 de janeiro de 2023, quando extremistas tentaram derrubar o governo democraticamente eleito, o Exército insiste em negar a existência de registros sobre os acampamentos que serviram de base para a tentativa de golpe. A estratégia é clara: ocultar a verdade para proteger envolvidos e evitar responsabilizações.
A mentira desmontada: Documentos existem e foram produzidos pelo próprio Exército
A reportagem do ICL Notícias revelou que o Exército produziu um relatório detalhado sobre os acampamentos golpistas, intitulado “Eventos Relevantes Pós 2º Turno das Eleições de 2022”, elaborado pela 7ª Companhia de Inteligência do Exército (CIE) e compartilhado internamente em 5 de janeiro de 2023 — três dias antes da invasão às sedes dos Três Poderes.
Apesar disso, a Força Terrestre apresentou respostas contraditórias a pedidos feitos via LAI:
- Em novembro de 2022, alegou que não havia documentos sobre o tema.
- Em janeiro de 2023, admitiu a existência de decisões judiciais, mas omitiu informações sobre operações.
- Em março de 2023, voltou a negar a existência dos registros.
- Em junho de 2023, afirmou que os documentos estavam sob sigilo ou sob custódia da Polícia Federal.
Ou seja: o Exército mente, tergiversa e viola a lei para evitar que a sociedade descubra até que ponto militares estavam cientes — ou mesmo envolvidos — na organização dos acampamentos que culminaram no ataque à democracia.
Por que o Exército insiste em esconder os documentos?
A resposta é óbvia: há algo a esconder. Os relatórios podem revelar:
- Monitoramento ativo dos acampamentos, comprovando que o Exército sabia da radicalização em curso.
- Omissão ou conivência com os atos golpistas, já que não agiu para desmobilizar os acampamentos.
- Possível coordenação entre setores militares e grupos extremistas, como já sugerido por ofícios que mostram apoio logístico do Exército aos acampamentos.
Se os documentos fossem irrelevantes, não haveria tanta resistência em divulgá-los. A insistência em negá-los só aumenta as suspeitas de que o Exército teme a exposição de seu papel na crise democrática.
A Lei de Acesso à Informação está sendo violada
A Controladoria-Geral da União (CGU) já deixou claro: nenhuma instituição pode negar acesso a documentos públicos sem justificativa plausível. A LAI determina que mesmo informações sigilosas devem ser parcialmente divulgadas, com tarjas ou resumos, quando possível.
A postura do Exército, no entanto, é de desrespeito à transparência:
- Alega desproporcionalidade em pedidos restritos ao Comando Central.
- Mente sobre a existência de registros já comprovados.
- Ignora decisões da CGU, que já condenou negativas genéricas.
Isso não é apenas uma falha administrativa — é um ataque ao direito da sociedade de saber a verdade.
Conclusão: A hora é de exigir transparência
O Exército mente sobre documentos golpistas, mas a sociedade não pode aceitar essa opacidade. Se há relatórios que comprovam o monitoramento (ou a omissão) diante dos acampamentos antidemocráticos, eles devem ser divulgados.
A democracia não sobrevive sem transparência, e a postura do Exército só alimenta a desconfiança em uma instituição que deveria zelar pela ordem constitucional. Chega de mentiras. O Brasil tem direito à verdade.
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