Fraude no INSS: Lula vincula Bolsonaro a esquema que drenou R$ 6 bi de aposentados
Eles não foram no cofre do INSS, foram no bolso do povo" — como o governo desmontou a máfia que assaltou aposentados e pensionistas

Introdução
“Resolvemos desmontar uma quadrilha criada em 2019”. A frase do presidente Lula, em entrevista ao Diário do Centro do Mundo, sintetiza a Operação Sem Desconto — a maior investigação contra fraudes no INSS da história, que revelou um esquema de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais de aposentadorias e pensões 715. O crime, que começou no governo Bolsonaro com a revogação de controles em 2022, só foi desmontado em 2025 após 13 meses de investigação sigilosa da PF e CGU.
O esquema que roubou o pão dos aposentados
Dados da CGU mostram como o golpe funcionava:
- Modus operandi: Associações falsas firmavam acordos com servidores corruptos do INSS para descontar valores não autorizados diretamente dos benefícios.
- Escala do crime: De R$ 413 milhões em 2016, os descontos ilegais dispararam para R$ 2,8 bilhões em 2024 — um aumento de 578%.
- Vítimas: 9 milhões de beneficiários tiveram valores subtraídos, muitos sem qualquer autorização.
Lula foi enfático: “O crime foi um assalto a aposentados e pensionistas. Não foi dinheiro dos cofres públicos — foi do bolso do povo”.
A estratégia da investigação: sem pirotecnia, com resultados
Enquanto a oposição criticava a demora, a PF e a CGU agiam nos bastidores:
- Bloqueios judiciais: R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades fraudadoras já foram congelados.
- Punições: Exoneração do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro Carlos Lupi (PDT).
- Provas técnicas: Celulares e documentos ligam servidores do INSS a associações fantasmas.
“Se tivéssemos feito um show de pirotecnia há um ano, teria parado no carnaval. Preferimos ir fundo”, justificou Lula.
Ressarcimento: como os valores serão devolvidos
O governo anunciou um plano em três etapas:
- Notificação: A partir de 13/05, o aplicativo Meu INSS alertará vítimas.
- Contestação: Quem não autorizou descontos poderá exigir comprovação das entidades.
- Pagamento: Recursos bloqueados serão usados para ressarcimento, com complemento do governo se necessário.
Fernando Haddad garantiu que “há dinheiro bloqueado suficiente para indenizar todos”.
O elo Bolsonaro: a revogação que facilitou o crime
Lula lembrou que o esqueme começou em 2019, mas escalou após uma medida de Bolsonaro em 2022:
- Decreto 10.999/2022: Revogou a obrigatoriedade de comprovação documental para descontos, abrindo brecha para fraudes.
- Ministros citados: Lula mencionou os nomes não ditos da Casa Civil e Previdência de 2019 (Onyx Lorenzoni e Rogério Marinho).