Hugo Motta adota postura bolsonarista e desafia o STF
Presidente da Câmara pauta votação relâmpago para suspender ação contra Ramagem e Bolsonaro, ampliando tensão entre Legislativo e Supremo.

Uma guinada à direita: Hugo Motta se alinha ao bolsonarismo
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem adotado uma postura cada vez mais alinhada ao bolsonarismo. Recentemente, ele pautou e aprovou, em tempo recorde, uma resolução que suspende a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de envolvimento em tentativa de golpe de Estado. A medida também beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus no mesmo processo.
A decisão de Motta foi vista como um aceno claro à base bolsonarista e uma afronta direta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que já havia recebido a denúncia contra Ramagem e os demais envolvidos. A celeridade da votação e a falta de debate aprofundado geraram críticas de diversos setores da sociedade e do próprio Congresso Nacional.
STF reage e limita efeitos da resolução da Câmara
Em resposta à manobra da Câmara, o STF decidiu limitar os efeitos da resolução aprovada. A Corte determinou que a suspensão da ação penal se aplica apenas aos crimes cometidos por Ramagem após sua diplomação como deputado federal, em dezembro de 2022. Assim, as acusações mais graves, como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, continuam em tramitação.
A decisão do STF reforça a independência do Judiciário e sua disposição em conter avanços autoritários por parte do Legislativo. No entanto, a tensão entre os poderes aumenta, com o Congresso questionando as prerrogativas da Corte e ameaçando novas investidas.
Anistia a golpistas: o próximo passo?
A movimentação de Hugo Motta também reacendeu o debate sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Embora o presidente da Câmara tenha evitado pautar o projeto até o momento, a pressão da base bolsonarista e de setores do Centrão aumenta. A aprovação da resolução que beneficia Ramagem e Bolsonaro é vista como um teste para futuras iniciativas nesse sentido.
A sociedade civil e organizações democráticas devem permanecer vigilantes e mobilizadas para impedir que medidas que atentem contra o Estado Democrático de Direito avancem no Congresso Nacional.
Conclusão: a democracia em xeque
As recentes ações de Hugo Motta demonstram uma perigosa aproximação entre o Legislativo e setores autoritários da política brasileira. Ao desafiar o STF e buscar proteger aliados envolvidos em tentativas de golpe, o presidente da Câmara coloca em risco a estabilidade democrática e a independência entre os poderes. É fundamental que a sociedade e as instituições democráticas se posicionem firmemente contra qualquer ameaça ao Estado de Direito.
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