Moraes dá basta na farra de Zambelli e adverte Câmara: STF não aceitará chantagem institucional
Ao tentar suspender seu julgamento por conta do caso Ramagem, Zambelli tentou usar a Câmara como escudo. Moraes respondeu com dureza, expondo os limites da manipulação legislativa para proteger golpistas.

Advertência de Moraes à Câmara: o STF não será refém do bolsonarismo legislativo
Em primeiro lugar, é preciso nomear o que está acontecendo: a Câmara dos Deputados está sendo usada como instrumento de chantagem institucional por setores bolsonaristas, especialmente por Carla Zambelli. A tentativa grotesca da deputada de suspender seu julgamento no STF, alegando que seria “impedida de depor” na CPMI do 8 de janeiro, foi rechaçada com firmeza pelo ministro Alexandre de Moraes. E, mais do que isso, acompanhada de uma advertência duríssima ao Parlamento.
A frase de Moraes foi clara como um raio em céu fechado: “As decisões judiciais não se submetem a qualquer forma de intervenção de outro Poder”. Traduzindo: o Supremo não aceitará ser chantageado por quem confunde mandato parlamentar com imunidade penal.
Por outro lado, Zambelli não está só. Essa manobra faz parte de uma engrenagem mais ampla que tenta transformar a Câmara em bunker da impunidade. Como se mandatos fossem escudos para proteger articulações golpistas — e não instrumentos de representação do povo. O pedido de adiamento feito por Zambelli buscava, na prática, ganhar tempo, atrapalhar o andamento do processo e reforçar a narrativa delirante de perseguição.
Acresce que o caso de Zambelli não é isolado. Seu nome aparece em investigações ligadas à tentativa de golpe de Estado, à articulação de milícias digitais e até a espionagem ilegal — além de sua relação direta com Walter Delgatti, o hacker da Vaza Jato, que alega ter sido orientado por ela e por Bolsonaro para invadir sistemas do Judiciário. São fatos gravíssimos que não podem ser varridos para debaixo do tapete por artimanhas regimentais ou recursos infundados.
STF reage ao cerco institucional: blindagem não será tolerada
A decisão de Moraes marca um divisor de águas. O ministro não apenas rejeitou o pedido — ele sinalizou que o Supremo está ciente da tentativa de setores da Câmara de transformar prerrogativas parlamentares em escudos contra a Justiça. Mais que isso: deixou claro que essa tática está com os dias contados.
A “advertência de Moraes à Câmara” é, na verdade, um recado para toda a República: não há mais espaço para conluios entre legisladores e golpistas. Se antes a impunidade era garantida nos bastidores de gabinetes, agora os olhos do país estão voltados para cada movimentação — e o STF está disposto a agir com firmeza.
Zambelli tentou distorcer os fatos. Disse que precisava “proteger o direito de falar na CPMI”. Só que o julgamento em questão nada tem a ver com seu depoimento. A tentativa de criar essa confusão é típica do bolsonarismo: confundir, tumultuar, deslegitimar. Mas dessa vez, não colou.
A hora é grave: ou se enfrenta o golpismo institucionalizado, ou ele se consolida
A pergunta que resta é: até quando a Câmara vai se prestar a esse papel vergonhoso? Até quando assistiremos a deputados sendo cúmplices — ou protagonistas — de estratégias para sabotar a Justiça?
O Brasil vive um momento decisivo. O STF precisa ser firme, como foi Moraes. Mas o Parlamento também precisa se olhar no espelho. A blindagem corporativa de golpistas não é democracia — é covardia travestida de institucionalidade. E a história cobrará de todos os que cruzaram os braços diante da ameaça.
O bolsonarismo não acabou em 2022. Ele se recompõe, se adapta, se infiltra. E usa os próprios instrumentos da democracia para destruí-la por dentro. É por isso que a advertência de Moraes à Câmara deve ecoar como um alerta nacional: não se brinca com a Justiça. E não se protege quem atentou contra ela.
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