Bolsonaro insiste em candidatura e desafia Justiça: “vou até o último segundo”
Mesmo inelegível, ex-presidente volta a flertar com o golpismo e anuncia que lutará para ser candidato em 2026 — numa afronta aberta ao TSE, ao STF e à Constituição

O retorno do delírio autoritário: Bolsonaro fala em 2026 e ignora sua inelegibilidade
Jair Bolsonaro não aprendeu nada com a cassação, as delações de Mauro Cid, os inquéritos do STF e os alertas das Forças Armadas. Pelo contrário: segue dobrando a aposta no confronto institucional, agora com a promessa pública de que vai lutar até o “último segundo” para se candidatar em 2026 — mesmo inelegível por decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral.
Essa declaração não é apenas bravata. É parte de uma estratégia contínua de tensionamento das instituições, ensaio permanente de ruptura, e cultivo do delírio golpista que ainda alimenta parte da sua base radicalizada.
Incapaz de se reinventar, aposta no confronto com a Justiça
Sem partido forte, sem projeto nacional, sem apoio popular majoritário, Bolsonaro recorre ao que lhe resta: a retórica de vítima e o flerte com o golpe. Ao afirmar que vai até o “último segundo” para tentar concorrer, ele dá a senha para uma nova ofensiva jurídica, política e comunicacional contra o TSE, o STF e qualquer autoridade que o enfrente.
A frase tem endereço certo: sua base. E tem propósito definido: alimentar a narrativa de que será “impedido” por “perseguição”, não por crimes cometidos.
O risco de um novo 8 de janeiro travestido de eleição
As experiências recentes do Brasil e do mundo mostram que golpes não começam nos tanques, mas nos microfones, nas redes sociais e nos palanques. Bolsonaro sabe disso. Ele quer plantar dúvida sobre sua inelegibilidade, insuflar militantes, e preparar o terreno para questionar o processo eleitoral de 2026 antes mesmo que ele aconteça.
É o mesmo roteiro de sempre: negar as regras, atacar os árbitros, se vitimizar diante da punição — e, se possível, jogar o país no caos.
O recado está dado — e as instituições precisam responder à altura
A declaração de Bolsonaro precisa ser lida com a gravidade que merece. Não se trata de mero entusiasmo eleitoral. Trata-se de uma provocação aberta às decisões da Justiça Eleitoral e do Supremo, de um gesto calculado para manter sua tropa mobilizada, espalhar paranoia, e preparar novos capítulos do projeto autoritário que tentou tomar o poder à força.
Não é sobre 2026. É sobre 2018, 2022 — e o que não podemos permitir que se repita.
O Brasil não pode, mais uma vez, normalizar ameaças golpistas travestidas de “vontade popular”. Bolsonaro já deixou claro que não respeita as urnas quando o resultado não o favorece. Ele não quer participar do jogo democrático — quer sabotá-lo.
E cabe a nós, sociedade civil, mídia independente, Judiciário e movimentos sociais, denunciar cada passo desse roteiro anunciado.
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