Bolsonaro diz que sustenta Eduardo nos EUA com doações via Pix — e escancara o deboche
Ex-presidente afirma que “ajuda” o filho com dinheiro de apoiadores enquanto se aproxima das investigações sobre uso de recursos não declarados.

Introdução: A nova piada de mau gosto
A cada nova declaração, Jair Bolsonaro parece testar os limites do absurdo. Dessa vez, o ex-presidente afirmou que sustenta Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos com doações feitas por apoiadores via Pix. Sim, você leu certo. No momento em que pairam suspeitas graves sobre movimentações financeiras da família, Bolsonaro vem a público dizer que tudo está sendo pago “com a ajuda do povo”.
A frase, jogada com aquele velho ar de “naturalidade cínica” no cercadinho, deveria gerar revolta — mas já virou quase rotina. Só que não é banal: essa fala escancara um modus operandi de quem usa a fé política de seguidores como escudo para possíveis crimes financeiros.
Pix para a família imperial: o novo imposto do gado
Vamos direto ao ponto. Bolsonaro alegou que as despesas do deputado Eduardo Bolsonaro em sua temporada internacional são cobertas com doações espontâneas via Pix. Uma espécie de vaquinha informal, sem controle, sem prestação de contas, sem qualquer transparência — e que agora serve para bancar hospedagem, alimentação e deslocamentos de um deputado federal em missão não oficial no exterior.
Mas a pergunta é inevitável: desde quando doação de campanha ou apoio político virou pensão vitalícia para membros da família presidencial?
Fraude, laranja ou só deboche?
O pano de fundo dessa declaração é ainda mais grave. Nos bastidores, correm investigações sobre o uso de laranjas, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito via doações diretas, muitas delas sob o disfarce de “ajuda ao mito”. O Tribunal Superior Eleitoral já apontou irregularidades nas contas da campanha de Bolsonaro. O TCU cobra esclarecimentos sobre os cartões corporativos usados até o último minuto. E agora, como cereja do bolo, surge o Pix como nova forma de sustento de uma espécie de monarquia informal.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal, com salário, verbas de gabinete e auxílio-moradia pagos pelo povo brasileiro, estaria sendo sustentado por doações voluntárias para viver no exterior e preparar, talvez, uma candidatura paralela ou até um refúgio estratégico.
Um projeto de poder financiado na base da fé cega
A farsa é cada vez mais difícil de disfarçar. O bolsonarismo construiu uma máquina de arrecadação direta baseada na exploração da crença política. São apoiadores que acreditam estar lutando contra o “sistema”, mas que, na prática, bancam viagens, mansões e segurança particular para os filhos do ex-presidente.
E enquanto isso, quem realmente precisa de doações — indígenas desalojados, famílias vítimas das enchentes no Sul, trabalhadores em insegurança alimentar — não vê nem centavo da máquina de arrecadação bolsonarista.
Conclusão: Não é ajuda, é desvio moral
Bolsonaro bancou Eduardo nos EUA com Pix — essa frase não é apenas uma anedota grotesca. Ela é o retrato de uma degeneração institucional e ética. É a confissão, ainda que cínica, de que o poder foi transformado em negócio familiar, com doações feitas em nome da pátria servindo para financiar o luxo de uma dinastia política decadente.
A hora é de investigar com rigor. Se há algo a ser exposto, que seja exposto com provas. Mas não se pode mais normalizar a ideia de que apoio político é licença para enriquecimento pessoal.
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