Zambelli apela ao ChatGPT contra STF: o desespero virou inteligência artificial
Após condenação unânime, Zambelli recorre ao ChatGPT para alegar "contradições" no julgamento — e expõe o nível tragicômico da bolsonarista em ruínas.

Zambelli usa ChatGPT para contestar STF: quando o ridículo vira estratégia
Carla Zambelli está condenada. Dez anos de prisão, perda do mandato e a inelegibilidade que sela, de vez, sua trajetória política — ao menos pela via institucional. Mas, ao invés de contratar um corpo jurídico de peso, a bolsonarista resolveu recorrer à inteligência artificial. Sim, você leu certo: Zambelli usou o ChatGPT para tentar desmentir a decisão do Supremo Tribunal Federal.
Num vídeo que viralizou nesta quarta-feira (15), Zambelli aparece lendo uma resposta gerada pela IA da OpenAI, como se estivesse apresentando um parecer jurídico. Seu objetivo? Dizer que existem “contradições” na sentença do STF. O problema é que, nesse teatro da desinformação, a inteligência parece ter sido artificial demais — e o desespero, profundamente humano.
A piada virou protocolo de defesa
Em primeiro lugar, vale lembrar que o ChatGPT não tem validade jurídica. Não é advogado, juiz, muito menos ministro do Supremo. Ainda assim, Zambelli tenta transformar a IA em oráculo, como se as respostas geradas por algoritmos pudessem reverter uma decisão de unanimidade histórica do STF — 10 a 0. A lógica é absurda, mas coerente com o bolsonarismo: quando não há fatos, recorre-se a narrativas. Quando não há provas, apela-se a robôs.
Por outro lado, é preciso destacar o cinismo da jogada. A mesma extrema-direita que, por anos, acusou as Big Techs de censura e manipulação agora quer usar a IA como “prova” de inocência. É a contradição elevada à enésima potência: o bolsonarismo odeia a tecnologia quando ela combate fake news, mas a abraça quando pode ser usada para plantar dúvida sobre condenações.
O novo “perito” da direita: inteligência artificial sob encomenda
Acresce que essa estratégia de Zambelli não é só risível — é perigosa. Ela tenta abrir um novo flanco de guerra cultural: a IA como ferramenta para contestar decisões do Judiciário, como se uma máquina pudesse, de fora do contexto jurídico, apontar “injustiças” onde houve apenas aplicação da lei. Mais ainda: o uso de respostas genéricas do ChatGPT, sem considerar jurisprudência, provas ou contexto processual, é uma forma de desinformar o público e atacar a legitimidade das instituições democráticas.
A pergunta que se impõe é: se Zambelli está tão segura de sua inocência, por que não recorre aos meios legais adequados? Por que precisa se esconder atrás de uma IA? A resposta é simples: porque não há defesa. Há apenas encenação.
Quando o teatro bolsonarista encontra o algoritmo
Esse episódio marca mais um capítulo da tragicomédia do bolsonarismo em decadência. O uso de uma inteligência artificial como escudo político revela o vazio de argumentos, a falência moral e o desespero tático. Não há mais tanques nas ruas, nem multidões em aeroportos — só vídeos mal editados, tweets engasgados e conversas com robôs.
Zambelli tenta agora se salvar pela narrativa. Mas narrativas não substituem sentenças. E muito menos desfazem crimes cometidos diante das câmeras. Ela corre, mas a Justiça corre mais. E quando a condenação é unânime, nem o ChatGPT dá conta de defender o indefensável.
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