Cid guardou documentos golpistas em celular após derrota de Bolsonaro
Ex-ajudante de ordens manteve no aparelho "PowerPoint do Golpe" e minutas golpistas, amplificando provas no inquérito sobre plano de ruptura institucional.

Em primeiro lugar, é crucial entender: o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, guardou em seu celular uma série de arquivos golpistas — entre eles um “PowerPoint do Golpe” com um manual de intervenção militar —, logo após a derrota eleitoral do ex-presidente em outubro de 2022. Esse arsenal documental reforça as acusações de tentativa de ruptura institucional. A hora é grave e perigosa.
O “PowerPoint do Golpe” e outros arquivos
Em novembro de 2022, pouco depois da derrota de Bolsonaro, Cid começou a enviar a si mesmo pelo WhatsApp documentos que defendiam uma intervenção militar nos três poderes — incluindo uma apresentação com 112 slides do Comando de Operações Terrestres atribuída à Eceme, guardada no celular em 16 de novembro.
Esses arquivos totalizam cerca de 20 mil arquivos e 77 GB, muitos sem autor identificado — mas todos com um único propósito: legitimar juridicamente um golpe de Estado.
Minutas e estratégia golpista
Entre os documentos analisados pela PF estão:
- Slides confidenciais explicando como mobilizar o Exército contra instituições democráticas, em nome de um “manual de segurança integrada”
- Minutas falsas apresentando supostas fraudes nas urnas eletrônicas, incluídas em dossiês a serem enviados ao Ministério da Defesa em 6 de novembro
Essas peças, apócrifas, tinham o objetivo de fabricar respaldo jurídico a um eventual golpe — com orquestração moldada nos gabinetes de assessores próximos a Bolsonaro.
Contexto jurídico e investigações
Por outro lado, o celular foi apreendido em maio de 2023 e faz parte do inquérito que apura a tentativa de golpe e organização criminosa para manter Bolsonaro no poder. Alguns desses documentos já haviam sido analisados pela PF; outros, inéditos, ampliam a robustez das provas.
Acresce que Cid é réu por tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa — crimes que, se comprovados, podem levar a penas de até 12 anos.
O que isso revela?
Em primeiro lugar, a posse desses arquivos mostra que, mesmo após a derrota eleitoral, havia quem mantinha planos concretos de ruptura institucional — frio, calculado, premeditado. Por outro lado, essa documentação desmonta a alegação de simples lealdade: há planejamento sistemático por detrás das ações. Acresce que, à medida que surgem essas provas, cai por terra a narrativa de que se tratava apenas de teorias — há estratégia. A hora é urgente, e não há tempo para subestimações.
1 comentário em “Cid guardou documentos golpistas em celular após derrota de Bolsonaro”