Moraes repreende defesa de Bolsonaro e lembra: “testemunha não é perito”
Durante depoimento de Hamilton Mourão, Moraes corta pergunta e alerta que "testemunha não é perito", destacando limites do papel na audiência.

Em uma intervenção incisiva, o ministro Alexandre de Moraes interrompeu o advogado da defesa de Jair Bolsonaro durante o depoimento de Hamilton Mourão no STF, afirmando com firmeza que “a testemunha não é um perito”, questionando tentativas de levar Mourão a conclusões jurídicas ou técnicas sobre os atos de 8 de janeiro.
O que aconteceu
Durante a audiência desta sexta-feira (23/5), o advogado Paulo Cunha Bueno perguntou a Mourão se os ataques de 8 de janeiro teriam sido “orquestrados”. Antes mesmo que o senador concluísse a resposta, o ministro Moraes interrompeu de forma categórica: “A testemunha não é um perito. Testemunha não pode chegar a nenhuma conclusão.”.
O corte foi repetido em veículos como BOL e Terra, reforçando o tom restritivo do relator: “testemunha não pode chegar a nenhuma conclusão” sobre eventos jurídicos ou conspiratórios.
Repercussão
A fala de Moraes foi destacada em redes sociais, ecoando críticas e elogios à postura firme do relator. No X (antigo Twitter), chegou-se a criticar tentativas de “circo” durante a sessão.
Contexto do processo
Esse depoimento integra a fase de oitiva de testemunhas no processo sobre a suposta trama golpista de 2022, com prazo até 2 de junho. Mourão foi a primeira testemunha ouvida nesta tarde, seguido por outros como Aldo Rebelo e os chefes militares.
Por que isso importa
Acresce que Moraes reforça o papel técnico das testemunhas — não como analistas políticos ou jurídicos.
- Limites do testemunho: Fica claro que análises sobre eventual orquestração devem ser feitas por peritos ou instâncias jurídicas, e não extrapoladas por testemunhas.
- Controle processual: A intervenção evidencia o rigor do STF em preservar a formalidade e evitar a politização do depoimento.
- Precedente institucional: Marca um momento chave na defesa da imparcialidade do tribunal frente a possíveis manipulações retóricas.
Conclusão
Por outro lado, a decisão de Moraes inaugura um tom mais contido e institucional, que busca proteger o depoimento de nuances opinativas. A Corte demonstra que não tolerará interpretações enviesadas por testemunhas. Em meio à tensão política, a ordem processual se impõe como guardiã da verdade jurídica — e não de narrativas reativas.
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