Eduardo Bolsonaro se esquiva de notificação da PF e agrava tensão institucional
Deputado licenciado não é localizado pela Polícia Federal para responder a inquérito sobre tentativa de golpe; atuação nos EUA e repasses milionários do pai levantam suspeitas de obstrução e articulação internacional

A Polícia Federal não conseguiu localizar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para notificá-lo sobre a abertura de um inquérito que o investiga por suposta participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. A ausência do parlamentar, que atualmente reside nos Estados Unidos, levanta preocupações sobre possíveis estratégias de obstrução de justiça e articulações internacionais contra as instituições brasileiras.pt.wikipedia.org
Segundo informações divulgadas pela PF, Eduardo Bolsonaro é investigado por crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o deputado pode estar atuando nos EUA para interferir em investigações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros aliados.
Em depoimento à Polícia Federal, Jair Bolsonaro confirmou ter transferido R$ 2 milhões para o filho nos EUA, justificando que o valor foi destinado a cobrir despesas e garantir o bem-estar de seus netos. O ex-presidente negou que o filho esteja realizando lobby contra autoridades brasileiras, afirmando que Eduardo está apenas “falando a verdade” e que não há “nada de ilegal” em suas ações.
A situação se agrava com a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde tem buscado apoio de autoridades norte-americanas para aplicar sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em declarações públicas, o deputado afirmou que não retornará ao Brasil enquanto Moraes não for punido pelo governo dos EUA. Ele também sugeriu que já há um aval das autoridades americanas para aplicar tais sanções.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às tentativas de interferência estrangeira nas decisões do STF, enfatizando a importância de respeitar a soberania das instituições brasileiras. Lula criticou as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, classificando-as como “terroristas” e acusando o deputado de tentar “lamber as botas de Trump”.