Bolsonaro faz ameaça velada na véspera do depoimento a Moraes no STF
Às vésperas de prestar depoimento como réu pela trama golpista, ex-presidente usa discurso intimidador: "Mais cedo ou mais tarde"
Discurso tenso na véspera do depoimento
Carlos amanhã, com menos de 24 horas para o seu depoimento programado para 12 de junho, o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou tom agressivo e intimidador em discurso direcionado aos apoiadores. Ele afirmou que a “hora da verdade” chegaria “mais cedo ou mais tarde” ao relator Alexandre de Moraes e sugeriu que a “fumaça do golpe” continuaria a existir .
Ainda que tenha destacado que não fará “show” nem tentará “lacrar” durante o interrogatório, Bolsonaro utilizou recursos de mobilização, com vídeos e convocação para que os apoiadores acompanhem tudo ao vivo .
Estratégia do discurso
- Manutenção da liderança: reafirmar sua autoridade política mesmo como réu, usando discurso de mobilização .
- Pressão subliminar: reforçar a ideia de que haverá consequências políticas para Moraes, mais direta ou indireta .
- Mobilização pela narrativa: convidou seguidores a acompanhar o depoimento ao vivo, construindo a narrativa pública mesmo sem atacar diretamente .
O depoimento no contexto judicial
O ex-presidente será o sexto a depor, em sessão pública conduzida por Moraes, com presença de procuradores, defesa, aliados e transmissão pela TV Justiça e canal oficial do STF .
O interrogatório seguirá a cronologia definida:
- 09/06 – Mauro Cid (delator)
- 10/06 – Alexandre Ramagem e Almir Garnier
- 11/06 – Anderson Torres e Augusto Heleno
- 12/06 – Jair Bolsonaro
- 13/06 – Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto (via videoconferência)
O formato retoma a imagem do réu em destaque com o relator à frente .
Consequências institucionais
- Aceleração do processo: o STF pode concluir instrução, alegações finais e julgamento até agosto, podendo antecipar uma resolução antes de julho .
- Enfrentamento institucional: o depoimento será o primeiro encontro direto entre Bolsonaro e Moraes em ambiente formal .
- Ponto de inflexão político: o tom de Moraes no interrogatório, pelas perguntas e reações, pode lançar um precedente nas eleições de 2026.
Próximos passos
- O quarto dia de depoimentos tende a ser decisivo para o caso.
- Dependendo das respostas de Bolsonaro, a defesa pode alegar coerção e a acusação incriminá-lo por agressividade.
- O resultado pode pautar o cenário político, com impacto em candidaturas, alianças e debates eleitorais.
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