General Estevam Theophilo é citado por Mauro Cid como possível executor do plano golpista
Delator diz que, caso Bolsonaro assinasse o decreto golpista, general estava preparado para liderar a ação militar
Declarações de Mauro Cid
Em depoimento ao STF, o tenente‑coronel Mauro Cid disse que o general Estevam Theophilo era apontado como o militar apto a assumir comando das tropas terrestres caso Jair Bolsonaro assinasse o decreto golpista. Ele relatou que “nas conversas, na boataria que rolava, [Theophilo] era o general que, se fosse dada as ordens, ele que faria, tomaria a frente das tropas e faria alguma coisa…”.
Questionado sobre o papel específico, Cid foi enfático ao afirmar que o grupo enxergava Theophilo como potencial executor da ruptura institucional .
Encontro no Palácio do Alvorada
De acordo com informações da Polícia Federal, Cid intermediou reunião de 9 de dezembro de 2022 entre Bolsonaro e Theophilo no Palácio do Alvorada, após comandante do Exército — general Freire Gomes — se recusar a apoiar o plano.
Mesmo sem estar presente na sala, Cid relatou que ouviu, ao final do encontro, que “se o presidente assinasse o decreto, as Forças Armadas iriam cumprir”, reforçando o envolvimento militar.
Acusações formais contra Theophilo
A Polícia Federal indiciou general Theophilo pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa — penas que podem ultrapassar 28 anos, segundo relatório da PF. A PF aponta que seu papel seria operacional, sob ordens presidenciais.
Defesa do general
A defesa nega os fatos, sustenta que Theophilo “não recebeu nenhuma minuta golpista” e que o indiciamento é “infundado”, prometendo comprovar falhas no relatório da PF.
Por que isso é relevante
- O depoimento reforça a acusação contra Bolsonaro, mostrando tentativa de organização militar para golpe, com designação clara de executor .
- Fortalece indícios da denominada “Operação Contragolpe”, investigada pela PF sob autorização do STF.
- Coloca mais pressão sobre a narrativa de defesa, que precisa justificar o envolvimento ou ausência de Theophilo no suposto golpe.
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