Delator detalha pressões, edição de minuta, repasses financeiros, monitoramento e distribuição de réus por grau de envolvimento

1. Pressão sobre relatório das urnas

Cid confirma que Bolsonaro pressionou o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por um relatório mais contundente nas críticas ao sistema eletrônico de votação. O militar destaca que houve resistência técnica, mas o documento foi ajustado para um “meio termo”.


2. Edição da minuta do golpe

Respondendo ao ministro Moraes, Mauro Cid afirmou:
“Sim [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto não.”
O depoimento confirma que Bolsonaro, de fato, recebeu, revisou e potencialmente autorizou ajustes na minuta golpista.


3. Monitoramento de Alexandre de Moraes

Cid relatou que Bolsonaro ordenou que a rotina de Moraes fosse monitorada — especificamente para verificar se ele se encontrava com o vice-presidente Hamilton Mourão — via consulta a agendas oficiais.


4. Repasse financeiro em caixa de vinho

O delator revelou que Walter Braga Netto entregou dinheiro em uma sacola de vinho no Palácio da Alvorada, destinado ao major Rafael de Oliveira (um dos chamados “kids pretos”), que atuava em acampamentos próximos aos quartéis durante a crise — parte da epopéia chamada “Punhal Verde e Amarelo”.


5. Envolvimento direto nas reuniões

Cid garantiu ter presenciado “grande parte dos fatos”, assistindo a reuniões no Alvorada onde a minuta foi apresentada com apoio militar. Reforçou que, apesar de observar, não participou diretamente dos atos de execução.


6. Escalonamento dos réus

No trecho final, Cid explicou que integrantes como Anderson Torres, Augusto Heleno e Alexandre Ramagem não faziam parte do núcleo radical. Apenas Almir Garnier acumulava postura radical, disposto à adoção da minuta e uso militar para executar o plano.


Por que esses trechos são decisivos

  • Pressão institucional: mostram a tentativa de enfraquecer instituições democráticas por meio de uso do aparato estatal.
  • Minuta ajustada por Bolsonaro: evidencia o envolvimento direto dele na construção do decreto golpista.
  • Elementos e meios de golpe: dinheiro, vigilância, reuniões preparatórias e anexação militar criam prova robusta de tentativa de golpe institucional.
  • Heterogeneidade no núcleo: definição clara de grau de envolvimento dos réus pode influenciar estratégias de acusação e defesa.

VEJA MAIS
Cid confirma que Bolsonaro pediu monitoramento de Alexandre de Moraes
Zambelli agendou reunião entre Bolsonaro e hacker para discutir fraudes nas urnas, diz Cid
Cid afirma que apenas Garnier era radical entre réus do golpe, enquanto Torres, Heleno e Ramagem não se enquadravam

BAIXE AGORA

GUIA PROGRESSISTA 2025

Você também receberá e-mails com as últimas notícias!

Não fazemos spam! Leia mais em nossa política de privacidade

Compartilhe:

2 comentários sobre “Trama golpista: principais trechos do depoimento de Mauro Cid no STF

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.