Torres chama “minuta do golpe” de “minuta do Google”
Em depoimento à Primeira Turma do STF, o ex-ministro Anderson Torres classificou o documento que previa decreto golpista como “minuta do Google”, alegando não ter elaborado o texto e que o rascunho estava entre diversos papéis, repleto de erros, preparado para descarte.

Nesta terça-feira (10), durante seu depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o ex‑ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres afirmou que a chamada “minuta do golpe” seria na verdade uma “minuta do Google” — documento genérico disponível online, sem autoria específica.
Detalhes do depoimento
Torres declarou não lembrar do conteúdo do documento e disse que o rascunho estava em uma pasta com “documentos gerais” destinados ao descarte, transportada rotineiramente para sua residência. Segundo ele, a apreensão foi “uma surpresa”. Ele ressaltou que o texto estava “mal escrito, com erros de português e de concordância, até o nome do tribunal estava errado” — o que, segundo ele, reforça sua versão de que não era de sua autoria.
Torres afirmou que o documento deveria ter sido “destruído há muito tempo” e afirmou “não sei quem fez, não sei quem mandou fazer e nunca discuti esse tipo de assunto”.
Contexto no processo penal
A “minuta do golpe” foi encontrada pela Polícia Federal em janeiro de 2023 durante buscas na residência de Torres. O rascunho sugeria a decretação de estado de defesa para anular o resultado das eleições de 2022 — um ponto central nas investigações que apuram uma tentativa de golpe. A apresentação do documento no STF reacende o debate sobre autorias, rotações e desdobramentos da tentativa golpista.
Agora, a Corte avalia se o depoimento de Torres — e as explicações sobre o caráter genérico do documento — serão suficientes para afastar sua possível participação consciente na elaboração do decreto.
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