“Molecagem e futurologia de calote”: Haddad enfrenta bolsonaristas na Câmara
Em meio a bate‑boca, o ministro desmantela narrativa de superávit de 2022 e denuncia calote em precatórios, ICMS e privatizações — enquanto bolsominions fogem do debate.

A cena de molecagem na Câmara escancarou o modus operandi bolsonarista: debatem apenas para câmera, mas fogem do confronto real. O ministro Fernando Haddad reagiu com contundência ao abandono da audiência por parte dos deputados Nikolas Ferreira e Carlos Jordy, transformando a sessão num redemoinho político com críticas duras, denúncias financeiras e insultos públicos.
1. Em primeiro lugar: molecagem escancarada
Haddad os acusou de “fugir” do debate, baixando o tom das provocações públicas ao vivo e chamando a atitude de “molecagem”, ou seja, retórica vazia que serve apenas para performance nas redes. Ele destacou que a democracia exige presença, argumentos e compromisso com a verdade — e não gestos populistas.
2. Por outro lado: o calote por trás do superávit
O ministro desmontou o discurso sobre o “superávit de 2022”, revelando que esse resultado foi construído às custas de medidas artificiais: não pagamento de precatórios, congelamento de ICMS com repasse aos governadores, venda da Eletrobras em condições desfavoráveis e retirada de dividendos recordes da Petrobras. Essa manipulação fiscal foi chamada por Haddad de “barbeiragem e vergonha”.
3. Perguntas retóricas e metáforas
Por que recorrer à perfomance em público enquanto se evita confrontar os fatos?
- Será para manter a narrativa de superávit, apesar de artificial, evitando explicações reais?
- Ou é uma fuga estratégica, como se apontar o dedo nas redes fosse mais valioso do que sustentar argumentos na prática?
A metáfora do calote disfarçado de vitória fiscal denuncia um triunfo forjado e instável — que se desmancha frente à argumentação técnica.
4. Linguagem coloquial e ironia
“Dando calote em precatório e tomando dinheiro de governador”, disse Haddad, retratando a artimanha: um samba de manipulação que mascara a falta de base econômica verdadeira.
Por sua vez, Jordy devolveu chamando Haddad de “moleque”, inverteu acusações sobre déficit recorde, acusou o governo Lula de ser “pior que pandemia” e exigiu respeito parlamentar — reforçando o clima de confrontação e embate de narrativas.
5. Fundamentação factual
- A audiência tratava de IOF, isenções e ajuste fiscal, no entanto foi encerrada após bate‑boca.
- Haddad encerrou explicação lembrando que o superávit foi resultado de manipulações fiscais e, não por solidez real.
- Jordy criticou Haddad por suposta inexperiência e gestão fiscal.
- A confusão foi tão intensa que o presidente da sessão, deputado Rogério Correia, interrompeu os trabalhos.
6. Contra‑argumentação
Defensores do governo Bolsonaro podem alegar que precatórios e privatisas são ajustes necessários. Mas mascarar um déficit com essas medidas expõe interesse eleitoral em favor de imagem pública — com custo real para o país, no médio-longo prazo.
Apelo à ação
O episódio da molecagem na Câmara é um alerta: políticas fiscais não são espetáculo e precisam ser debatidas com seriedade. Exija transparência, acompanhe sessões, exija explicações aprofundadas — e não se deixe enganar por retórica vazia.
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