Como a guerra entre Irã e Israel sabota um Estado Palestino
Dupla escalada militar mina a solução de dois Estados: civis palestinos pagam o preço de uma guerra sem fronteiras.

Em primeiro lugar, repetimos a frase‑chave: guerra entre Irã e Israel. O novo ciclo de bombardeios, iniciado em junho de 2025, sabotou ainda mais a já frágil esperança de um Estado Palestino, esmagada pela pressão militar e política de ambos os lados. A solução de dois Estados é sufocada por sirenes, mísseis e agendas nacionalistas, enquanto civis palestinos seguem sem protagonismo na região.
Dois atores contra a paz civil
O Irã defende abertamente a extinção do Estado de Israel desde 1979, via apoio a grupos como Hamas, Hezbolá e milícias no Oriente Médio. Não busca apenas rivalidade: quer inviabilizar qualquer ponte diplomática — especialmente a concepção de dois Estados. Isso coincide com um momento em que, justamente, França e outros países tentavam retomar negociações em Nova York.
Por sua vez, Israel corta alvos militares e nucleares no Irã, deixando claro que não quer apenas resposta: quer guerra preventiva. Em paralelo, rejeita qualquer plano de Estado Palestino, alegando que se tornaria um “Estado do Hamas”.
Tragédia civil e fragmentação territorial
Enquanto os mísseis cruzam fronteiras, civis sofrem diretamente. Israel bombardeou instalações e zonas residenciais em Teerã e em cidades palestinas — 20 palestinos foram mortos apenas ao buscar ajuda humanitária em Rafah. Na Cisjordânia e Gaza, a fragmentação territorial em enclaves, o bloqueio e a segregação (até comparada ao apartheid) já tinham destruído qualquer base viável para um futuro Estado Palestino.
Desespero diplomático e explosão da solução de dois Estados
A diplomacia tenta reagir, mas fracassa. O Itamaraty sequer recomenda viagens a Israel, Irã e áreas vizinhas, enquanto conferências de paz perdem espaço para reuniões de emergência dos ministros da Defesa. As negociações, geralmente marcadas por discursos diplomáticos, perdem relevância diante do estrondo das armas.
Perguntas retóricas para reflexão
- Como pretendemos construir um Estado Palestino viável se tudo continua sob bombas?
- Quem lucra mais com a guerra entre Irã e Israel — a segurança dos civis ou o mercado militar e o autoritarismo regional?
- Quando entenderemos que mísseis não substituem diálogo, e que a paz exige soberania civil e justiça histórica?
Chamada à ação
- Exigir do Itamaraty um posicionamento ativo por cessar‑fogo e não apenas recomendações de cautela.
- Pressionar o Brasil e organismos internacionais (ONU, UE) a criar corredores civis de ajuda humanitária para Gaza e Cisjordânia.
- Mobilizar a sociedade por uma bandeira diplomática, civil e progressista — em defesa da solução de dois Estados com direitos humanos e soberania.
Conclusão
A guerra entre Irã e Israel está sabotando a única possibilidade de um Estado Palestino soberano e pacífico. Se mantivermos o silêncio, seremos cúmplices — não apenas de destruição, mas da renúncia ao futuro de milhões que sonham com dignidade, fronteiras reconhecidas e direitos assegurados. A hora é urgente.