Moraes mantém delação de Cid e nega recurso de Bolsonaro
STF reafirma validade da delação premiada de Mauro Cid, peça-chave na investigação sobre a tentativa de golpe, após recurso de Bolsonaro ser rejeitado.

Para começar, fixamos a frase‑chave: Moraes mantém delação de Cid. O ministro Alexandre de Moraes negou o pedido da defesa de Jair Bolsonaro para invalidar a delação premiada firmada por Mauro Cid, um dos ex-ajudantes do presidente. A decisão reforça a relevância da colaboração de Cid no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Recurso considerado “impertinente”
A defesa alegou que mensagens atribuídas a Cid no Instagram indicam que ele teria sido coagido e que por isso sua delação seria inválida. O ministro Moraes, porém, defendeu que o recurso foi apresentado em momento processual inadequado, ao qual classificou como “impertinente”. Continuar a contestação nesse estágio poderia atrasar o andamento do processo, segundo sua decisão.
Mensagens divulgadas e acareação autorizada
As publicações atribuídas a Cid foram tornadas públicas pelo STF, incluindo áudios em que ele se queixa do isolamento político e compara sua situação à de Braga Netto, Heleno e outros. Moraes também autorizou uma acareação entre Cid e o general Braga Netto, agendada para 24 de junho, visando esclarecer eventuais contradições nos depoimentos.
Impacto institucional
A decisão fortalece a credibilidade institucional dos instrumentos jurídicos — delações premiadas já em andamento não podem ser anuladas de forma sumária, especialmente após conclusão de interrogatórios. Também reforça a autonomia do STF para gerir o calendário interno dos processos sem pressões externas.
Perguntas para refletir
- Até que ponto contestar uma delação nessa fase é apenas fórum para atrasar o processo?
- A delação de Cid é instrumento legítimo de apuração ou vulnerável a manipulações?
- Qual é o papel do STF ao evitar que recursos constantes desmobilizem a investigação?
Conclusão
A decisão de Moraes deixa claro: a delação premiada de Mauro Cid segue firme no inquérito sobre o golpe de 2022. O caminho agora inclui confronto de versões em acareação, sem abalar a legitimidade do processo. O que está em jogo é a estabilidade institucional — e a mensagem é: nem o presidente tem foro para trancar investigações.
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