Alemanha rompe silêncio e critica Israel: fim do “cheque em branco” na política externa alemã
Chanceler Friedrich Merz condena ações israelenses em Gaza como "injustificáveis", marcando ruptura histórica no apoio incondicional de Berlim a Tel Aviv

Em uma mudança histórica de postura, o chanceler alemão Friedrich Merz criticou publicamente as ações de Israel na Faixa de Gaza, classificando-as como “injustificáveis” e “incompreensíveis”. Essa declaração marca uma ruptura significativa no tradicional apoio incondicional da Alemanha a Israel, especialmente considerando o contexto histórico do Holocausto e a política de “Staatsräson”, que coloca a segurança de Israel como uma razão de Estado para a Alemanha.
Críticas contundentes às ações israelenses
Em entrevista coletiva realizada na Finlândia, Merz expressou profunda preocupação com os ataques aéreos israelenses em Gaza, afirmando que “não são mais compreensíveis” e que “não podem mais ser justificados como combate ao terrorismo do Hamas”. Ele destacou que as ações de Israel estão causando sofrimento desproporcional à população civil palestina e violando o direito internacional humanitário.
Repercussões políticas e diplomáticas
As declarações de Merz foram acompanhadas por críticas semelhantes de outros membros do governo alemão, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, que alertou sobre as consequências de continuar fornecendo armas a Israel diante das violações dos direitos humanos. Embora a Alemanha ainda não tenha suspendido oficialmente as exportações de armas para Israel, há uma crescente pressão interna e internacional para que medidas concretas sejam tomadas.
Mudança na opinião pública alemã
A mudança na postura do governo alemão reflete também uma transformação na opinião pública do país. Pesquisas recentes indicam uma queda no apoio incondicional a Israel, especialmente entre as gerações mais jovens, que demonstram maior empatia pela causa palestina e questionam a política externa tradicional da Alemanha. Além disso, a crescente diversidade étnica e religiosa da população alemã contribui para uma visão mais crítica das ações israelenses.
Implicações para as relações bilaterais
A crítica pública de Merz representa um ponto de inflexão nas relações entre Alemanha e Israel. Embora Berlim continue reconhecendo o direito de Israel à autodefesa, a exigência de conformidade com o direito internacional e a proteção dos civis palestinos tornam-se agora condições explícitas para o apoio alemão. Essa nova abordagem pode influenciar outros aliados ocidentais a adotarem posições semelhantes, aumentando a pressão internacional sobre o governo israelense.
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