Áudios revelam: Cid temia prisão e abandono antes de derrota de Bolsonaro
O retrato cru de um militar acuado, que revelou estratégia de medo para influenciar eleições.

Um militar em pânico
Isolado e temendo o pior, Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro — enviou áudios alarmantes à família durante a campanha de 2022. Ele dizia, com convicção: “Se o Lula vencer, serei preso”, e mencionava até planos de fuga para evitar a cela, afirmando: “Nem o Exército vai conseguir me proteger” .
O áudio do medo como instrumento político
O objetivo de Cid era claro: influenciar parentes e aliados por meio do terror. “Eu vou ser preso se o Lula voltar” tornou-se uma narrativa de medo — argumentação usada para minar a confiança no processo democrático e reforçar a candidatura à reeleição de Bolsonaro. Não era apenas uma angústia pessoal — era tática de campanha.
Revelações que estremecem a delação
Os áudios, divulgados pelo UOL, fazem parte de um volume considerável (mais de 20 mil arquivos) que motivou o aprofundamento das investigações. Em suas gravações, Cid se mostra acuado e arrependido — descreve a própria vida virando ruínas. Ele chegou a sugerir fuga do país para evitar a prisão.
Em março de 2024, quando os áudios vazaram pela Veja, o militar foi preso novamente e passou mal ao receber voz de prisão do STF — o vídeo de seu desmaio circulou amplamente. Chegou a admitir que os arquivos eram “um desabafo”, mas as revelações alimentaram a delação premiada, que implicou Bolsonaro e generais num plano golpista.
Do leal ao abandonado
Aos olhos de Cid, a lealdade tinha limites. Ele afirmou que Bolsonaro e generais passaram ilesos ao escândalo, enriqueçam com Pix, enquanto ele se afundava: “todos se deram bem e ficaram milionários… Eu perdi tudo” — disse em depoimento ao STF, ressaltando que virou “leproso” no meio militar.
Contexto: conspiração, golpe e delação
As conversas de Cid com Allan dos Santos e propostas de golpe militar estão documentadas desde 2022, sessão recrudesceu no inquérito. Ele chegou a mencionar propostas para um Estado de Defesa, pressionando o comandante militar. Sua delação premiada, homologada em setembro de 2023, incriminou figuras centrais por tentativa de golpe e organização criminosa.
Conclusão
Mais que testemunho, esses áudios expõem o despudor de usar o medo como arma política. Áudios Mauro Cid escancararam o desespero de um militar acossado e revelaram como a narrativa de prisão foi usada para manipular votos. É hora de exigir transparência: que a Justiça analise a profundidade dessa trama, responsabilize os envolvidos e evite que o terror institucional volte a funcionar.
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