Aliados de Bolsonaro intensificam lobby internacional para que governo Trump aplique sanções ao ministro do STF, em tentativa de interferência externa no Judiciário brasileiro.

Aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro estão mobilizados para que o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, aplique sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nos próximos dez dias. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Segundo a colunista, as gestões estão sendo conduzidas pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado diretamente para convencer autoridades norte-americanas da pertinência das sanções, inicialmente contra Moraes e seus familiares. Outros ministros do STF só seriam alvo em uma segunda etapa, caso se solidarizassem com Moraes.

A estratégia envolve a aplicação inicial das sanções apenas a Moraes e seus familiares, com o objetivo de, em seguida, estender as medidas a outros ministros do STF que se solidarizarem com ele. Três ministros da Corte foram poupados da ofensiva bolsonarista: André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados ao STF por Jair Bolsonaro, e Luiz Fux, indicado por Dilma Rousseff, mas que passou a ser considerado um aliado do bolsonarismo.

A expectativa de sanções por parte do governo Trump contra Alexandre de Moraes ocorre em meio a um processo de escalada entre setores da direita brasileira e o Judiciário. O caso escalou o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, afirmar no dia 21 de maio que sanções contra Moraes estavam “em análise” e havia “grande possibilidade” de serem aplicadas.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestou apoio à decisão do ministro Alexandre de Moraes de instaurar um inquérito contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o filho do ex-presidente tem agido de maneira pública para “ameaçar, constranger e impedir” o avanço das investigações relativas à tentativa de golpe de Estado, processo em que Jair Bolsonaro figura como principal investigado.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) afirmou que possíveis sanções do governo dos Estados Unidos (EUA) contra o ministro Alexandre de Moraes configuram grave afronta à soberania do Brasil. Em audiência no Congresso estadunidense na semana passada, o secretário de Estado Marco Rubio informou que o governo de Donald Trump estuda medidas nesse sentido.

O CNDH argumenta que a motivação para tal medida dos EUA revela uma manobra realizada pelos investigados no STF para se blindar das punições, evidenciando uma “tentativa de promover pressão política contra a soberania brasileira, em benefício de interesses privados de pessoas que promoveram a tentativa de um golpe de Estado no Brasil”.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar a conduta do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente residindo nos Estados Unidos. A decisão, tomada nesta terça-feira (26), atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta possíveis crimes como coação, obstrução de investigação penal e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.


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1 comentário em “Aliados de Bolsonaro esperam que Trump aplique sanções a Moraes nos próximos dez dias

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