Bolsonaro pede anulação da delação de Cid após revelação de mensagens comprometedores
Ex-presidente afirma que acordo premiado é “farsa” depois que Veja divulgou conversas de Cid violando restrições judiciais

Na manhã de sexta-feira, 13 de junho de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais para pedir formalmente que seja anulada a delação premiada de Mauro Cid, delator central da trama golpista de 8 de janeiro. O pedido ganhou força depois que a revista Veja revelou trocas de mensagens que indicam descumprimento das medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.
O catalisador: mensagens comprometedoras
Reportagem da revista Veja apresentou prints atribuídos a um perfil chamado “Gabriela R”, utilizado por Cid entre janeiro e março de 2024 — período em que ele tinha restrições judiciais para uso das redes sociais. Nas mensagens, Cid comentava detalhes internos das investigações, afirmou que o STF já teria sentença pronta e criticou a condução das oitivas.
Reação de Bolsonaro
O ex-presidente reagiu com fúria, classificando o acordo como “farsa fabricada em cima de mentiras”. Ele argumenta que essas revelações comprovam que a delação foi baseada em informações falsas. Bolsonaro pediu que a delação seja anulada, que a prisão preventiva de figuras como Braga Netto seja revertida, e encerrou chamando o processo de “caça às bruxas” — motivado por “vingança política”, não por justiça.
Cenário jurídico e consequências
- A quebra do sigilo judicial por parte de Cid pode desqualificar a delação premiada e invalidar o conteúdo usado pela acusação no inquérito sobre o golpe.
- Caso a anulação ocorra, Cid passaria a responder pelas acusações em igualdade com os demais réus, com possibilidade de penas mais severas, já que perderia benefícios do acordo — incluindo a confissão premiada.
- Além disso, Bolsonaro mira a liberdade de Braga Netto e outros réus, argumentando que o caso deveria ser arquivado por vícios no processo.
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