Advogados do ex-presidente querem interromper o processo no STF e empurrar com a barriga as investigações que desnudam o plano de golpe de Estado

Tentativa de abafar o escândalo: Bolsonaro quer parar as audiências da trama golpista

A cada avanço das investigações sobre a tentativa de golpe em 2022, surge uma nova manobra da defesa de Jair Bolsonaro. Agora, seus advogados entraram com um pedido formal para cancelar todas as audiências marcadas no processo que apura a articulação golpista, numa tentativa clara de desacelerar — ou até esvaziar — o julgamento que pode torná-lo inelegível e criminalmente responsabilizado.

A alegação? Supostas “irregularidades” e “ausência de acesso pleno às provas”. Mas quem conhece os métodos bolsonaristas sabe: não se trata de garantir justiça, mas de sabotar o curso legal para manter o ex-presidente fora do banco dos réus.

Audiências são a chave para consolidar delações — e é isso que Bolsonaro quer evitar

Entre os depoimentos esperados estão figuras-chave da conspiração, incluindo militares, ex-ministros e o próprio Mauro Cid, cujo acordo de delação já escancarou o envolvimento direto de Bolsonaro na tentativa de romper a ordem democrática.

Ao cancelar as audiências, a defesa quer impedir o cruzamento das versões, atrasar as investigações e criar narrativas paralelas para o consumo da base radical bolsonarista. É o velho jogo: empurrar o processo até que caia no esquecimento — ou até que se mude o cenário político.

O pânico do bolsonarismo com a luz do Judiciário

Desde que Alexandre de Moraes assumiu a linha de frente no STF contra o golpismo, o bolsonarismo vive em estado de alerta. A cada avanço processual, intensificam-se os ataques à Corte, as acusações de “perseguição” e as tentativas de obstrução.

Agora, com o processo da trama golpista em andamento, Bolsonaro e seus aliados querem transformar o STF em réu, e o acusado em vítima. Mas as provas seguem se acumulando: mensagens, áudios, minutas, reuniões com militares e confissões de comparsas.

Travamento é estratégia: não querem justiça, querem tempo

Ao tentar paralisar as audiências, o que a defesa de Bolsonaro busca, na prática, é tempo político. Tempo para mobilizar sua base, reescrever a narrativa, pressionar o Congresso, apostar em PECs contra o STF, e talvez, num novo governo, garantir anistia disfarçada.

Mas o Brasil não pode mais viver de impunidade negociada. A trama golpista de 2022 foi real, grave e orquestrada. E seus autores precisam ser julgados — com todas as audiências, todas as provas, e toda a transparência que o povo merece.


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1 comentário em “Defesa de Bolsonaro tenta cancelar audiências e travar julgamento da trama golpista

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