Bolsonaro contradiz Mourão sobre ligação antes de depoimento: versões divergentes acendem alerta no STF
Ex-presidente nega ter orientado testemunha, mas senador afirma que recebeu pedido para reforçar versão favorável; juristas veem risco de obstrução de Justiça

A recente controvérsia envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) trouxe à tona preocupações sobre possíveis tentativas de interferência em depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto Mourão afirma que Bolsonaro lhe pediu para reforçar, em seu depoimento, que nunca ouviu o ex-presidente falar sobre golpe de Estado ou ruptura institucional, a defesa de Bolsonaro nega qualquer orientação nesse sentido.
Versões conflitantes sobre a ligação
Segundo o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, o ex-presidente teria apenas informado a Mourão sobre a data e hora do depoimento, solicitando sua presença como testemunha, sem qualquer tentativa de influenciar seu testemunho. No entanto, Mourão relatou que Bolsonaro o procurou para pedir que reforçasse pontos específicos em seu depoimento, o que levanta suspeitas de tentativa de alinhamento de versões.
Reações no STF e possíveis implicações legais
A divergência nas versões chamou a atenção de ministros do STF, que consideraram o contato como um possível “ato de desespero” por parte de Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia solicitar esclarecimentos adicionais a Mourão sobre o teor da conversa. Juristas apontam que, se comprovada a tentativa de influenciar o depoimento de uma testemunha, Bolsonaro pode ser acusado de obstrução de Justiça, crime que prevê pena de reclusão.
Contexto do depoimento de Mourão
Mourão depôs ao STF na última sexta-feira (23) como testemunha de defesa de Bolsonaro e de outros ex-ministros investigados por suposta tentativa de golpe de Estado. Durante o depoimento, o ministro Alexandre de Moraes repreendeu a defesa de Bolsonaro por tentar induzir Mourão a emitir juízo de valor sobre os eventos de 8 de janeiro, ressaltando que testemunhas não são peritos e devem se ater aos fatos.
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