Bolsonaro chama apoiadores que pediam AI‑5 de “malucos” e reforça distância da base radical
Durante depoimento ao STF, Jair Bolsonaro criticou setores que defendiam AI‑5 e intervenção militar, classificando essas posturas como de “malucos” e destacando que as Forças Armadas jamais embarcariam em rupturas institucionais.

Na terça-feira (10 de junho), no segundo dia de seu interrogatório na Primeira Turma do STF, Jair Bolsonaro repreendeu sua própria base ao se referir como “malucos” aos apoiadores que defendiam AI‑5 e intervenção militar. Sua fala surpreende ao trazer à tona a divisão interna do bolsonarismo — entre os radicais, que apelaram à ruptura democrática, e os moderados, que tentam resguardar sua versão midiática e jurídica.
Declarações de Bolsonaro
- Durante seu depoimento, ele afirmou que alguns seguidores tinham ideias extremistas, tais como “AI‑5” e intervenção militar, mas garantiu que “as Forças Armadas jamais iam embarcar nisso” e que sua postura sempre foi de acalmar essas manifestações.
- O ex-presidente enfatizou que se posicionou de maneira firme para evitar excessos, sustentando que seu papel foi “tocar o barco” e conduzir uma transição institucional, mesmo com manifestações radicais.
Contexto e repercussões
- A fala representa um enfraquecimento do discurso golpista, especialmente em sequência às manifestações de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores tentaram ações antidemocráticas.
- Bolsonaro busca se distanciar da versão mais radical de sua base, visando uma imagem mais alinhada aos limites legais, fundamental para sua estratégia de defesa jurídica no processo que investiga suposta trama golpista.
- A crítica pública também expôs a tensão intrafamiliar: em 2019, o deputado Eduardo Bolsonaro chegou a sugerir um “novo AI‑5”, e agora se vê silenciado diante do comentário do pai.
Implicações políticas
- Ofensiva contra o radicalismo: Ao qualificar parte de sua base como “malucos”, Bolsonaro mostra estar comprometido com uma narrativa institucional, livre de incitação ao caos.
- Estratégia de blindagem: Ele tenta neutralizar acusações de ligação a motivações golpistas e preservar sua imagem perante a opinião pública e o judiciário.
- Crise interna: Os comentários evidenciam fratura no bolsonarismo entre os legitimadores de rupturas democráticas e os defensores de linha mais cautelosa e jurídica.
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