Bolsonaro apela a “milagre” para escapar de condenação por trama golpista
Ex-presidente admite risco real de condenação e aposta agora em narrativa mística para tentar escapar das provas que o envolvem na tentativa de golpe

Do golpe ao milagre: Bolsonaro aposta no misticismo para escapar da Justiça
A máscara começa a cair — e o discurso também. Jair Bolsonaro, que antes zombava do Supremo, debochava das instituições e dizia não temer “nada nem ninguém”, agora fala em “esperar por um milagre” para não ser condenado por envolvimento na trama golpista que tentou implodir a democracia brasileira em 2022.
A declaração, feita em entrevista à Rádio Bandeirantes, escancara o que há muito se sabia: ele sabe que será condenado. As provas são robustas, as delações convergem e os áudios, vídeos e documentos não deixam dúvidas sobre sua participação direta na conspiração para reverter o resultado eleitoral.
Do Capitólio à Brasília: o roteiro do golpismo tropical
Inspirado em Trump, Bolsonaro alimentou o mesmo script: questionamento das urnas, incentivo à radicalização, articulação com militares e tentativa de desestabilizar o sistema judicial. Mas, ao contrário do colega norte-americano, Bolsonaro enfrenta uma Justiça mais vigilante — e um STF disposto a não recuar diante da ameaça à democracia.
Agora, com o cerco se fechando, o líder da extrema-direita brasileira troca a bravata pela súplica.
“Milagre”: o novo nome do desespero político
A fala de Bolsonaro é reveladora: ele não nega os fatos, não confronta as provas — apenas apela ao sobrenatural, como quem admite que já esgotou os recursos da terra. É o mesmo mecanismo de sempre: se vitimizar, espiritualizar a política e tentar mobilizar sua base fanatizada com uma aura de “perseguição divina”.
Mas a Justiça brasileira não se move por milagres — e sim por provas. E essas, contra Bolsonaro, são devastadoras.
A teologia do medo: o fim do mito e o início do pânico
A retórica de Bolsonaro agora soa mais como confissão: espera um milagre porque sabe que a condenação é iminente. E se até o “mito” já clama por intervenção divina, o bolsonarismo caminha para um momento de colapso interno — onde nem seus próprios líderes acreditam mais na própria inocência.
Não é fé. É desespero.
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