Declaração histórica do ex-comandante da Aeronáutica escancara a recusa golpista de Bolsonaro em aceitar a derrota nas urnas.

Bolsonaro tentou golpe militar — e os militares disseram “não”

Antes de mais nada, é essencial compreender: Bolsonaro planejou um golpe militar, e sabia que estava cercado pela legalidade. O depoimento do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), prestado nesta quarta-feira (21) à Primeira Turma do STF, revela isso com clareza brutal.

“O senhor não será presidente” — o recado que parou o golpe

Durante um encontro tenso no final de 2022, Baptista Júnior contou ter dito diretamente a Bolsonaro:

“Aconteça o que acontecer, no dia 1º o senhor não será presidente.”.

Essa fala ecoa a gravidade da trama: Jair Bolsonaro recusava-se a deixar o poder e buscava apoio militar para impedir a posse de Lula. Foi naquele momento que os militares, especialmente a Aeronáutica, disseram um “basta”.


Detalhes da trama revelados

Planejamento de golpe militar

O ex-chefe da FAB confirmou ao STF que houve reuniões com o então presidente em que foi apresentada uma minuta com teor golpista, visando vetar a posse e instalar medidas de exceção — estado de sítio, estado de defesa ou GLO. Ele chegou a se recusar a receber o documento Jurídico e abandonou a reunião .

Ameaça de prisão

O general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, alertou Bolsonaro de que medidas ilegais levariam a ruptura institucional e “teria que prendê-lo” caso ele tentasse impedir a posse. Freire Gomes, por sua vez, nega ter usado a palavra “prisão”, mas admite ter advertido sobre consequências jurídicas.

Queimando etapas — brainstorming e prisão de Moraes

No cerne das discussões golpistas, houve um “brainstorming” de ideias que incluía a prisão do ministro Alexandre de Moraes, por exemplo — um cenário sombrio de deliberação para executar um plano inconstitucional.

Marinha alinhada com o golpe

O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, afirmou que suas tropas estariam à disposição de Bolsonaro para executar o plano, conforme relatado por Baptista Júnior.


Bolsonaro sabia que não havia fraude

Além disso, o brigadeiro enfatizou que informou Bolsonaro sobre a inexistência de fraude nas urnas eletrônicas, reiterando que as análises técnicas foram claras: não havia indício de irregularidades que justificasse contestação das eleições.


A hora é da justiça

A figura de Carlos Baptista Júnior emerge com força: quem resistiu à ruptura merece reconhecimento — e quem conspirou, precisa ser responsabilizado. O STF já tornou réus 31 pessoas pelo plano golpista, e a PGR aprofunda a investigação do chamado “núcleo 1” — Bolsonaro incluído.

Mas ainda há muito a ser investigado: quem mais participou das reuniões, quem pressionou por ilegalidades e quais instituições tentaram dar suporte à virada de mesa.


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