Não é questão de se, mas de quando" — como a saúde do ex-presidente virou peça-chave na batalha jurídica pela liberdade

Introdução

Aos 70 anos e com um histórico médico que inclui sete cirurgias desde o atentado de 2018, Jair Bolsonaro (PL) e sua defesa preparam um meticuloso dossiê para pleitear prisão domiciliar caso seja condenado no processo do golpe de 2022 — estratégia inspirada no sucesso de Fernando Collor, que em 2025 conseguiu cumprir pena em casa por problemas de Parkinson e idade avançada. O plano, revelado por aliados ao portal ND+, prevê:

  • Argumentação médica: Laudos detalhando sequelas das cirurgias abdominais e do atentado
  • Precedentes jurídicos: Decisões do STF que autorizaram domiciliar para idosos e doentes crônicos
  • Timing estratégico: Pedido a ser formalizado apenas após eventual condenação, evitando antecipar debates.

Os pilares do pedido

  1. Saúde debilitada
    • 7 cirurgias: Desde a facada em 2018, incluindo a recente intervenção de 12 horas para obstrução intestinal em abril/2025 
    • Riscos prisionais: Defesa alegará que o sistema penitenciário não tem estrutura para tratar complicações pós-operatórias
  2. Precedente Collor
    • Em março/2025, Alexandre de Moraes concedeu domiciliar a Collor (75 anos) por Parkinson, apneia e transtorno bipolar 
    • Decisão citou jurisprudência do STF sobre “direito à saúde prevalece sobre execução penal”
  3. Contexto político
    • STF marcou julgamento para 2025 justamente para evitar impacto eleitoral em 2026 4
    • Prisão comum transformaria a residência em palco de protestos, como ocorreu com Lula em 2018 

Os obstáculos jurídicos

Apesar do alinhamento tático, especialistas apontam contradições:

  • Gravidade dos crimes: Collor foi condenado por corrupção (pena de 8 anos); Bolsonaro responde por golpe de Estado (até 43 anos) 
  • Periculosidade: Ministros poderão argumentar que Bolsonaro ainda mobiliza apoiadores contra instituições 
  • Regime inicial: Lei exige cumprimento de 1/6 da pena em regime fechado antes de benefícios — no caso, ~7 anos 

O que dizem as fontes

  • Defesa de Bolsonaro: “Ainda não há condenação, mas todos os direitos serão exercidos no momento oportuno” 
  • Ministro do STF (anon.): “O caso Collor criou um precedente perigoso para figuras controversas” 
  • PF: Vigilância na residência seria complexa devido a risco de aglomerações de apoiadores 

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2 comentários sobre “Bolsonaro se inspira em Collor: prepara pedido de prisão domiciliar com base em saúde frágil e precedentes do STF

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