Investigação revela que ex-presidente usou dinheiro de “vaquinhas patrióticas” para pagar moradia de luxo e vida confortável ao filho nos Estados Unidos, sob pretexto de "segurança".

Enquanto o povo brasileiro enfrenta cortes no orçamento da saúde, do SUS e da educação, Jair Bolsonaro queimou R$ 1,72 milhão doado por apoiadores para bancar a estadia de luxo de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos. A denúncia, feita com base em informações de prestação de contas da Associação de Promoção da Liberdade (APL), mostra que o dinheiro que deveria servir para pagar multas e processos do ex-presidente foi desviado para manter o “03” em conforto absoluto fora do país.

É a pá de cal na narrativa da “honestidade bolsonarista”. O líder que pedia PIX aos seguidores, pregava patriotismo e dizia estar “ilhado” pelas instituições, agora aparece como o administrador de um caixa paralelo usado para proteger seus filhos com recursos que saíram do bolso da própria base que o idolatra.

Um esquema com cara de estelionato coletivo

A matemática é cruel — e reveladora. Segundo a prestação de contas da APL, mais de R$ 1,72 milhão foi repassado à Brazil Conference, ligada a Eduardo Bolsonaro, entre maio e dezembro de 2023. A justificativa? A velha desculpa de “segurança pessoal” e “agenda internacional”. Mas os dados mostram o contrário: Eduardo não participou de qualquer evento oficial, não representava o Brasil nem estava em missão diplomática.

Na prática, foi um exílio dourado bancado com o dinheiro de patriotas que achavam estar ajudando Bolsonaro a se defender de perseguições. Resultado? Financiaram aluguel de mansão, segurança privada e passeios do filho nos EUA.

A máquina da mentira custeada por fiéis

É simbólico — e perverso. O mesmo grupo político que diz lutar contra o “sistema” criou sua própria bolha de privilégios, onde vaquinhas são transformadas em caixa dois, e a base bolsonarista é tratada como gado financeiro, útil apenas para financiar a proteção dos filhos do mito.

Bolsonaro, que agora fala em “game over” se for condenado no STF, sabe que a Justiça fecha o cerco. E por isso usa essas entidades como escudo, burlando o sistema judicial e drenando recursos via entidades privadas com aparência de legalidade.

A pergunta que resta é: quem vai devolver esse dinheiro? Quem vai explicar para o eleitor que os R$ 50 ou R$ 100 doados com fé serviram para bancar uma temporada de Eduardo Bolsonaro como príncipe expatriado?


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1 comentário em “Bolsonaro torra R$ 1,72 milhão de apoiadores para bancar Eduardo nos EUA

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