Bolsonaro tenta atrasar julgamento da trama golpista após declarar que “morrerá na cadeia”
Ex-presidente recorre novamente ao STF para adiar depoimentos, alegando falta de tempo para analisar provas; Moraes mantém cronograma

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, voltou a recorrer à Corte para adiar os depoimentos de testemunhas no processo, previstos para iniciar em 19 de maio. A defesa alega que não teve tempo hábil para analisar as provas, que somam cerca de 40 terabytes, entregues recentemente pela Polícia Federal.
Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil no YouTube, Bolsonaro afirmou que, caso seja condenado, “morrerá na cadeia”. “Não vou sair do Brasil. Me prenda. Está previsto 40 anos de cadeia. Me prendam. Estou com 70, já, quase morri na última cirurgia. Vou morrer, não vai demorar”, declarou.
Apesar dos pedidos da defesa, o ministro Alexandre de Moraes manteve o cronograma das audiências, destacando que a disponibilização das provas não altera os fatos imputados na acusação. As oitivas serão realizadas por videoconferência, com acompanhamento da imprensa por meio de telão instalado na sala da 1ª Turma do STF.
Entre as testemunhas convocadas estão o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o ex-chefe da Marinha Carlos de Almeida Baptista Junior. Outras figuras, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, também devem ser ouvidas ao longo do processo.
Bolsonaro responde por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A Procuradoria-Geral da República atribui ao ex-presidente uma pena que pode chegar a 43 anos de prisão.
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