Braga Netto tenta barrar transmissão ao vivo de interrogatório no STF
General alega "espetacularização" e "superexposição" em pedido para que depoimento sobre tentativa de golpe não seja exibido pela TV Justiça

O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seu interrogatório, marcado para a próxima segunda-feira (9), não seja transmitido ao vivo pela TV Justiça. A defesa do militar argumenta que a transmissão promoveria a “espetacularização” do processo e resultaria em “superexposição” do réu, comprometendo sua privacidade e o andamento do ato processual.
“Não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras, sabendo-se que a inquirição não será objeto apenas dos autos, mas também será alvo de escrutínio público, em tempo real”, afirma a petição protocolada pelos advogados de Braga Netto. Eles também destacam que a publicidade do processo não exige necessariamente a transmissão ao vivo, citando como exemplo as oitivas de testemunhas que ocorreram sem exibição televisiva, mas com acompanhamento da imprensa.
Braga Netto é um dos oito réus do chamado “núcleo 1” da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Além do ex-presidente, também serão interrogados Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid e Paulo Sérgio Nogueira. As audiências ocorrerão entre os dias 9 e 13 de junho, sob condução do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
A decisão sobre a transmissão ou não dos interrogatórios cabe ao ministro Moraes, que ainda não se pronunciou sobre o pedido da defesa de Braga Netto. O general está preso preventivamente desde dezembro de 2024, acusado de obstruir as investigações e tentar obter informações privilegiadas sobre delações premiadas relacionadas ao caso.
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