Brasil adverte EUA: sanções a Moraes seriam desastre nas relações bilaterais
Governo brasileiro alerta que medidas contra ministro do STF podem comprometer profundamente os laços diplomáticos com os Estados Unidos.
O governo brasileiro alertou os Estados Unidos de que impor sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, seria um “desastre” nas relações bilaterais entre os dois países. Diplomatas intensificaram os contatos no fim de semana para discutir as ameaças do governo Trump contra o magistrado. A tensão aumentou após o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarar que a possibilidade de aplicar sanções contra Moraes está sendo considerada. O Itamaraty defendeu uma abordagem cautelosa para evitar aprofundar a crise diplomática, considerando que o diálogo entre as nações alcançou um patamar mais sensível.
A escalada da tensão ocorre em meio a negociações comerciais delicadas entre Brasil e Estados Unidos. Desde março, o governo Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio de vários países, incluindo o Brasil, que ainda enfrenta uma taxa adicional de 10% sobre bens exportados ao mercado norte-americano. As tratativas visam minimizar os impactos dessa política protecionista sobre os produtos brasileiros.
Além disso, há uma percepção no meio diplomático de que interesses de grandes plataformas de internet estão por trás das ameaças. O STF busca regularizar o setor, e duas grandes empresas de tecnologia já processaram Moraes na Justiça da Flórida. O governo brasileiro avalia que os ataques a Moraes estariam alinhados a interesses de plataformas digitais contrárias à regulação proposta pelo STF.
O ministro Alexandre de Moraes também abriu inquérito criminal contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, após o Ministério Público Federal acusá-lo de defender que autoridades dos Estados Unidos apliquem sanções a ministros da Suprema Corte brasileira. A pedido da PGR, Moraes autorizou que a Polícia Federal promova diligências como monitorar e preservar o conteúdo das redes sociais de Eduardo Bolsonaro e que colha no prazo de 10 dias o depoimento tanto do parlamentar licenciado quanto de Jair Bolsonaro.
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