Mauro Cid nega plano de fuga: diz que não pediu passaporte português
Durante interrogatório à PF em Brasília, ex-ajudante de Bolsonaro refuta acusação de tentar deixar o país com apoio de Gilson Machado

Na sexta-feira, 13 de junho de 2025, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi ouvido pela Polícia Federal em Brasília. Ele negou com veemência que tenha solicitado, direta ou indiretamente, passaporte português com o objetivo de deixar o Brasil. O depoimento, que durou cerca de duas horas, foi considerado “esclarecedor” pelos investigadores.
O teor da negativa
Cid afirmou que possui cidadania portuguesa e carteira de identidade emitida em 2023, mas garantiu que não pediu apoio de Gilson Machado ou de qualquer outra pessoa para obter passaporte com fins de fuga. Segundo sua defesa, a dupla nacionalidade é originalmente por motivos familiares.
A acusação e o contexto
A suspeita surgiu na esteira da prisão de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, em Recife: a PF e a PGR afirmam que ele agiu junto ao consulado português em maio para tentar emitir um passaporte para Cid — o que foi tratado pela Procuradoria como tentativa de obstruir a investigação que envolve o inquérito do 8 de janeiro, trama golpista e delações premiadas.
O desfecho do interrogatório
Apesar da revogação do mandado de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, Cid foi conduzido à PF para prestar esclarecimentos. Após o depoimento, a PF avaliou que o militar foi colaborativo e não apresentou evidências de plano de fuga. No entanto, os investigadores não descartam novos questionamentos caso surjam dados contraditórios.
Por que isso é relevante
Esse depoimento reforça a complexidade da investigação que mistura delação, acusações de golpe e suspeitas de tentativa de fuga. A negativa de Cid contrasta com versões que indicavam a articulação de fuga via passaporte — expressando o contraponto entre “citizenship” e “escapismo judicial”.