Agência de inteligência virou ferramenta familiar: esquema clandestino monitorou autoridades e favoreceu interesses dos Bolsonaro — escândalo na mira da Justiça.

Em primeiro lugar, reforçamos: Bolsonaro aparelhou Abin Paralela foi o que revelou a Polícia Federal. A partir desse esquema clandestino, criado durante seu governo, a Abin foi usada com objetivo principal de proteger seus filhos — Carlos, Flávio e Jair Renan — por meio de monitoramento de adversários políticos, produção de fake news e interferência em investigações que os envolviam.


Esquema “paralelo” sob controle familiar

A PF descobriu que havia uma “Abin Paralela”, composta por agentes cedidos ao órgão — muitos com perfil corporativo — e comandados de forma informal para atender interesses do clã presidencial. O software FirstMile permitia rastrear em mapas a localização de celulares de ministros, jornalistas, auditores da Receita e até militares, sem qualquer autorização judicial.

O escopo de espionagem incluía interferências para dificultar investigações envolvendo filhos de Bolsonaro — como no caso de Flávio com a rachadinha e o suposto tráfico de influência de Renan — e apoio à narrativa digital favorável a Carlos.


Proteção a Carlos: desinformação e marcações

Testemunhos e interceptações revelam que o esquema foi usado para gerar campanhas de desinformação contra adversários durante a CPI da Covid, marcando o nome “CB” (Carlos Bolsonaro) em postagens que defendiam sua honra. Os agentes da Abin eram instruídos a impulsionar mensagens nas redes em favor do clã.


Defesa a Flávio e Renan: espionagem política

Para proteger Flávio, foi gravada até reunião com Ramagem e o general Heleno definindo ataques a auditores que investigavam o senador. No caso de Renan, foi monitorado o sócio Allan Lucena e rastreados carros vinculados a ele, usadas para favorecer procedimentos internos e evitar embaraços legais.


Bolsonaro como mentor do esquema

O relatório da PF sugere que Bolsonaro — identificado como “01” em alguns diálogos — coordenou esse aparato para defesa familiar. O indiciamento formal o coloca como beneficiário direto, exigindo resposta institucional ao STF, que já recebeu relatório com mais de 800 páginas sobre o caso.


Perguntas retóricas para reflexão

  • Até que ponto o Estado pode se tornar órgão de defesa familiar?
  • Como garantir que inteligência não se torne arma política?
  • Se o chefe do Executivo agir contra a Constituição, quem freia esse poder?

Chamada à ação

  1. Pressionar o STF e a PGR para agir com celeridade e rigor diante do relatório da PF.
  2. Acompanhar no Congresso propostas de regulamentação da Abin e dos limites do uso de inteligência.
  3. Exigir cobertura objetiva e técnica da imprensa, evitando minimizar escândalos de espionagem política.

Conclusão

O relato de presença de uma “Abin Paralela” sendo usada para proteger Carlos, Flávio e Renan Bolsonaro representa uma das maiores violações institucionais da história recente do país. A espionagem sem controle, a defesa familiar pela máquina pública e o mapeamento de adversários são facetas de um sistema patrimonialista que ameaça a democracia e exige resposta firme — agora.


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1 comentário em “Como Bolsonaro aparelhou a “Abin Paralela” para proteger seus filhos

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