Temer orientou Bolsonaro a evitar confronto e pedir desculpas a Moraes antes do depoimento
O conselho do ex‑presidente evidência uma estratégia de pacificação — recuo que surpreendeu parte da base radical bolsonarista e inflamou debates sobre tática jurídica.

O conselho de Temer marcou uma mudança surpreendente na postura de Jair Bolsonaro durante seu depoimento ao ministro Alexandre de Moraes. Sob orientação do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro adotou tom conciliador e pediu desculpas — uma guinada que se distancia da retórica agressiva esperada pela sua tropa digital.
1. Em primeiro lugar: recuo tático
Temer aconselhou Bolsonaro a manter uma postura “serena e equilibrada”, evitando confrontos diretos com Moraes e optando por pedir desculpas por acusações anteriores. O ex-presidente seguiu à risca as orientações, surpreendendo ao adotar tom pacificador perante o Supremo.
2. Por outro lado: estratégia jurídica
A postura conciliadora serviu como uma ponte de pacificação, buscando minar tensões com o Judiciário e evitar que o depoimento se transformasse em palco de confronto político — atitude que pode colaborar com sua defesa legal.
3. Perguntas retóricas e metáfora
Por que recorrer a um “manual de paz” às vésperas do depoimento?
- Para evitar riscos jurídicos desencadeados por uma postura combativa?
- Ou para sinalizar aos militares e à opinião pública que a “guerra” acabou — pelo menos nas palavras?
O conselho de Temer soou como um freio de mão, interrompendo uma narrativa em acelerada, tentando evitar que ela batesse de frente com a corte.
4. Linguagem coloquial e ironia
De repente, Bolsonaro se viu pedindo desculpas a alguém que acusou de corrupção — e quem dera que ele estivesse falando apenas de “má interpretação”. O ex‑presidente de uma agresiva escalada se transformou num capitão afável — pelo menos por alguns instantes.
5. Fundamentação factual
- A conversa entre Temer e Bolsonaro ocorreu em São Paulo, na sexta-feira (6/6), e foi relatada por colunas e apurada por Metrópoles, O Globo e UOL.
- Temer, elegível como mediador, teria indicado que o recuo seria essencial, especialmente por ter sido ele próprio quem indicou Moraes ao STF.
- No interrogatório, Bolsonaro cumprimentou o ministro com desculpas por acusações anteriores e evitou confrontos diretos.
6. Contra‑argumentação
Críticos alertam que o movimento pode ser percebido como fraqueza política e instrumentalização midiática para escapar de consequências jurídicas. Ainda que eficaz como tática, oferece combustível para acusações de artifício e oportunismo.
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