Governo prepara corte de R$ 31,4 bilhões e elevação do IOF enquanto sacrifica crescimento econômico
Plano fiscal visa ajustar metas com R$ 31,4 bilhões em cortes e aumento do IOF, mas ameaça investimentos e afeta diretamente o bolso dos brasileiros

O governo Lula anunciou nesta quinta-feira (22 de maio de 2025) um plano de ajuste fiscal que prevê o contingenciamento de R$ 31,4 bilhões e a elevação da alíquota do IOF sobre operações financeiras. A medida, apresentada por Fernando Haddad e Simone Tebet, visa garantir o cumprimento do arcabouço fiscal, mas levanta alertas sobre os reflexos negativos no crescimento econômico e na renda da população.
Detalhes do pacote fiscal
Segundo o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, aproximadamente R$ 20,7 bilhões serão destinados exclusivamente ao contingenciamento para garantir o cumprimento da meta fiscal, enquanto R$ 10,7 bilhões serão bloqueados em despesas discricionárias, conforme informou o Valor Econômico.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o decreto anunciado será “o mais robusto contingenciamento do governo Lula”, e sinalizou que a elevação do IOF será um complemento para reforçar a arrecadação — a ser detalhada em coletiva marcada para ainda hoje.
O golpe duplo que atinge economia e famílias
Essa combinação de cortes e aumento de imposto representa um golpe duplo: por um lado, inibe investimento público em áreas estratégicas como infraestrutura, saúde e educação; por outro, pressiona o custo do crédito e reduz o poder de compra dos mais vulneráveis.
A margem de manobra do governo está cercada pelo arcabouço fiscal, que impõe limites rígidos para despesas. Mas o risco é que, sem impulsionar a arrecadação por crescimento, o arrocho contamine a recuperação econômica, afete o mercado e estenda o desemprego — o que, por sua vez, reduzirá ainda mais as receitas públicas.
Impactos diretos no cidadão
- Aumento do IOF significa que financiamentos, cartões de crédito e operações cambiais ficarão mais caros, agravando o endividamento das famílias.
- Cortes no orçamento podem comprometer serviços públicos essenciais, com efeitos profundos na capacidade de atendimento em áreas críticas.
- Clima de incerteza dificulta investimentos privados, essencial para destravar a geração de empregos e estimular a economia.
Ajuste fiscal x crescimento econômico
O arcabouço fiscal, instituído em 2023 para controlar o déficit e as despesas públicas, impõe limites que se repetem como linguagem dominante da equipe econômica.No entanto, limitar os gastos sem políticas que fomentem a produção e o consumo pode levar o Brasil a um ciclo de estagnação — ou mesmo recessão.
O uso de medidas pontuais para adequação fiscal não substitui uma estratégia de longo prazo, baseada em alívio tributário, reforma administrativa e aceleração de investimentos públicos e privados.
Perspectiva crítica
Em primeiro lugar, falar em “ajuste” soa necessário, mas o governo sacrifica o desenvolvimento ao adotar medidas que freiam a retomada econômica. Em segundo lugar, o aumento do IOF penaliza sobretudo os mais pobres — pois encarece operações básicas como o uso do cartão e empréstimos. Acresce que o corte de recursos públicos nas áreas estratégicas exerce efeito dominó: menos investimento, menos emprego, menos arrecadação no ano que vem.
Por fim, o desafio da administração Lula não é apenas apertar o cinto, mas criar condições para que o Brasil possa voltar a crescer de forma sustentável. Com o limite fiscal no lugar, é urgente um plano que combine austeridade responsável com foco em produtividade, inovação e bem-estar social.
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