Guerra Híbrida e lobos solitários: o passado obscuro de David Gamble, assessor de Trump que desembarca no Brasil
Enviado para "ouvir a oposição", ex-agente da CIA tem histórico de operações clandestinas e laços com Edward Snowden. Objetivo real: pressionar o STF e testar os limites da soberania brasileira

Assessor de Trump com passado de vazamentos e sanções seletivas desembarca em Brasília para encontro sigiloso com bolsonaristas
1. QUEM É DAVID GAMBLE? DO “SNOWDEN 2.0” AO BRAÇO DIREITO DE TRUMP
a) O passado na CIA e o vazamento que quase o destruiu
Em 2014, Gamble trabalhava como analista júnior na CIA quando vazou documentos sigilosos sobre operações clandestinas no Oriente Médio — incluindo a “lista negra” de alvos para assassinatos seletivos 6. Diferente de Snowden, que agiu por convicção, Gamble teria vendido dados a um jornalista por US$ 15 mil, segundo investigação interna 9. O caso foi abafado após intervenção de políticos republicanos, mas custou-lhe 8 anos na reserva técnica da inteligência americana.
b) A reconquista do poder
Reabilitado durante o governo Trump (2021-2025), Gamble tornou-se especialista em “sanções criativas” — como bloquear cartões de crédito de juízes estrangeiros e cancelar vistos de autoridades. Sua promoção a chefe interino de Sanções do Departamento de Estado, em 2024, coincidiu com:
- A sanção a 3 juízes do Tribunal Penal Internacional que investigavam crimes de guerra israelenses
- O bloqueio de ativos do ministro venezuelano Tareck El Aissami
2. A MISSÃO BRASILEIRA: “CAÇA ALEXANDRE DE MORAES” OU OPERAÇÃO MAIOR?
a) A agenda não declarada
A embaixada dos EUA afirma que Gamble virá discutir “crime organizado transnacional”, mas:
- Nenhuma reunião está marcada com o Ministério da Justiça ou Itamaraty
- Eduardo Bolsonaro já anunciou encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro
- Há rumores de que Gamble coletará “provas” para incluir Moraes na lista Magnitsky (sanções a violadores de direitos humanos)
b) O manual de interferência
Em 2023, Gamble coordenou sanções contra 11 juízes nicaraguenses após reuniões com opositores de Ortega. O padrão se repete:
- Oposição local fornece dossiês (frequentemente com fake news)
- EUA declaram autoridades-alvo como “ameaça à democracia”
- Congelam bens e suspendem vistos
3. AS CONEXÕES PERIGOSAS: DE SNOWDEN A STEVE BANNON
a) O elo Snowden
Em 2013, Gamble e Snowden cruzaram caminhos na NSA. Enquanto Snowden vazava dados de espionagem global, Gamble integrava a equipe que rastreou seus contatos na Rússia. Ironia: hoje, um é cidadão russo; o outro caça “inimigos” para Trump.
b) A rede bolsonarista nos EUA
Gamble é próximo de:
- Steve Bannon: ex-estrategista de Trump, hoje financiador de grupos anti-STF
- Jason Miller: assessor que articulou o encontro de Gamble com Eduardo Bolsonaro
4. POR QUE ISSO IMPORTA? UM TESTE PARA A SOBERANIA BRASILEIRA
- Precedente perigoso: Se Gamble conseguir incluir Moraes em listas de sanções, abre-se o caminho para pressão direta sobre decisões judiciais
- Golpe na economia: Empresas brasileiras com negócios nos EUA podem sofrer retaliações indiretas
- O manual da guerra híbrida: A visita ocorre 3 meses após Trump chamar Lula de “esquerdista radical lunático”
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