Ex-comandante do Exército confirmou que recebeu minuta golpista e alertou contra ruptura institucional, minando narrativa de legalismo militar.

Em primeiro lugar, é preciso compreender o peso das declarações de Freire Gomes ao STF nesta segunda-feira, 19 de maio de 2025: o general afirmou que recebeu um plano golpista do governo Bolsonaro, que incluía decretos como GLO, Estado de Defesa e até prisão de ministros do Supremo, mas alertou que o Exército não apoiaria medidas ilícitas. As declarações detonam a imagem de legalismo das Forças Armadas. A hora é grave e exige reflexão.


O que disse Freire Gomes

Reuniões e o conteúdo da minuta golpista
Segundo o depoente, ele participou de encontros com Bolsonaro, ministros e os chefes das três Forças onde foi apresentada uma “minuta” de golpe que incluía três cenários possíveis — GLO, Estado de Sítio ou Estado de Defesa — e até a prisão de integrantes do STF, documentada em gravações e documentos.

O tom jurídico e o alerta militar
Freire Gomes disse que o documento foi mostrado “com base na Constituição”, mas que logo se posicionou contra qualquer intervenção militar fora dos limites legais. Ele advertiu Bolsonaro que o Exército não apoiaria ações ilegais, e que poderiam ser responsabilizados criminalmente.


A tensão do depoimento: contradições e advertência de Moraes

Durante a audiência, o ministro Alexandre de Moraes interrogou Freire Gomes sobre declarações à Polícia Federal que diferiam de seu testemunho no STF — especialmente quanto à postura do ex-comandante da Marinha, Garnier. Moraes advertiu: “Se mentiu na polícia, tem que dizer que mentiu na polícia” e lançou a pergunta dura: “Ou falseou na polícia ou está falseando aqui”.


Repercussão no STF e impacto político

Para ministros do STF, o depoimento desmonta a narrativa de que as Forças Armadas mantiveram postura estritamente legal — o general confirmou que houve um plano golpista, e que alguns já estavam dispostos a segui-lo, mas recuaram por prever resistência institucional e “despreparo” de Bolsonaro.

Essa conclusão representa um enfraquecimento do argumento de que os militares permaneceram neutros — expõe que houve pressão política e intenção clara de intervenção, mas que foram barrados por recuo interno das próprias Forças.


Conclusão: os fantasmas do golpe são reais e continuam presentes

Acresce que o depoimento de Freire Gomes revela dramaticamente que a intenção golpista não era fantasia conspiratória — era discutida, formulada, e apenas contida pela resistência institucional. A narrativa de legalidade é dissolvida em evidências de planejamento e documentos, confrontada por advertência direta de Moraes ao general. A democracia esteve e segue vulnerável. A hora é grave — e a sociedade deve continuar atenta, exigindo transparência e responsabilização.


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