Fuga? Bolsonaro conversa com Michelle no WhatsApp e emojis chamam atenção
A tentativa de mostrar intimidade e leveza na turbulência do depoimento vira símbolo — os emojis entram como figurinos para acentuar uma fuga afetiva.

A presença disparatada dos emojis de fuga na conversa de Jair Bolsonaro com Michelle, registrada durante seu depoimento no STF em 10 de junho de 2025, revela a tentativa de criar uma cortina afetiva em meio ao peso da acusação. Apareceram aviões, corações e setas — símbolos que falam mais que palavras, mostrando tentativa de desviar o foco jurídico e arrumar consolo emocional.
1. Em primeiro lugar: intimidade teatral
Exibir no celular, para fotógrafos, corações enquanto dialogava com Michelle é uma cena cuidadosamente roteirizada — uma encenação que busca humanizar, vulnerabilizar, despertar empatia imediata perante câmeras e público.
2. Por outro lado: emojis indicam fuga
Os aviões e setas, entre os mais usados recentemente, são emojis de fuga afetiva — mostram uma mente navegando entre o estresse judicial e a necessidade de conexão com segurança afetiva, como se buscasse escapatória emocional com a palavra silenciosa dos ícones.
3. Pergunta retórica e metáfora
Por que recorrer a emojis numa sala tão austera?
- Seria uma ponte invisível entre ele e Michelle, um abelho emocional flutuando para longe do formalismo judicial?
- Ou seria um gemido de distração, metalinguagem para chamar atenção das câmeras e amenizar a tensão política?
Os emojis falam uma linguagem não verbal, metáfora de fuga cautelosa — que busca respiro no meio do interrogatório.
4. Linguagem coloquial e ironia
Em tom quase infantil, Bolsonaro exibe corações — é como se dissesse “meu lindo” com sorriso amarelo, tentando construir um refúgio amoroso em meio ao julgamento que o acusa de tentativa de golpe.
5. Fundamentação factual
A 1ª Turma do STF começou a interrogar réus envolvidos em suposta tentativa de golpe em 9 junho. Durante seu depoimento no dia 10, Bolsonaro voltou-se o celular e revelou a troca no WhatsApp — com Michelle respondendo, segundo registros, a ícones que aparecem na tela de “recentes”: aviões, corações, ratos, setas, carros e até baleia e elefante — selecionados repetidamente como favoritos.
6. Contra‑argumentação
Bolsonaristas afirmam que é gesto de carinho espontâneo, simples afeto conjugal. Mas transformar isso em coreografia midiática torna essa intimidade uma produção de escape: o uso de emojis estratégicos deixa de ser genuíno para virar adereço emocional — discurso ensaiado em sala de guerra midiática.
Apelo à ação
Precisamos enxergar além dos símbolos: o uso dos emojis não é apenas leveza — é uma estratégia comunicacional num momento grave. A sociedade deve questionar: quem dirige essa cena? Qual o objetivo real por trás da metalinguagem visual?
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