Família de Mauro Cid sai do Brasil e vai para os EUA em meio a investigação
Pais, esposa e filha do militar deixaram o país no fim de maio, enquanto a PF investiga plano de fuga

No dia 30 de maio de 2025, os pais, a esposa e uma das filhas do tenente‑coronel Mauro Cid, ex‑ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, deixaram o Brasil e embarcaram para os Estados Unidos, despertando suspeitas da Polícia Federal sobre possível plano de fuga do militar. A família segue agora nos EUA, onde reside outra de suas filhas, que mora em Los Angeles.
Motivo e contexto
A defesa afirmou que a viagem foi apenas para participar de compromissos familiares — formatura de um dos sobrinhos e festa de aniversário — e que eles possuem passagens de ida e volta, sem qualquer restrição legal para sair do país.
No entanto, a PGR requisitou ao STF medidas cautelares, incluindo a prisão preventiva, após as informações chegarem à PF. O ministro Alexandre de Moraes chegou a decretar a prisão de Cid, mas revogou a decisão logo depois, enquanto o militar prestava depoimento à PF.
Suspeita de plano de fuga
- A PF investiga se Mauro Cid estaria tentando escapar do país, com apoio de aliados, após tentativas anteriores de obtenção de passaporte português via ex-ministro Gilson Machado.
- Na manhã de sexta‑feira (13/06), a PF cumpriu mandado de busca em sua casa e ele foi convocado novamente para depor, enquanto a família permanece nos EUA até o retorno previsto em 20 de junho, segundo fontes.
Quem é Mauro Cid
Tenente‑coronel do Exército e ex‑ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid é figura central no inquérito sobre o suposto golpe de 8 de janeiro. Já foi preso duas vezes (2023 e 2024) por outras investigações — como fraudes no Conecte SUS e obstrução à Justiça — e hoje figura como colaborador premiado no processo.
Consequências políticas
A saída da família e a suspeita de tentativa de fuga colocam pressão sobre o STF e a PF. Mostram que a investigação segue ativa e rigorosa, enfrentando pressões políticas e tensões institucionais. O caso também reflete o gravitante risco dos envolvidos tentarem evitar a Justiça com ajuda de passaportes ou apoio externo.