Flávio Bolsonaro aposta em indulto forçado a Bolsonaro e abre caminho para confronto institucional
Em nome da família e da luta contra o STF, o bolsonarismo defende que futuro aliado presidencial imponha indulto, mesmo que inconstitucional — com risco de “uso da força”.

Em primeiro lugar, reafirmamos: Flávio defende indulto ao ex‑presidente independentemente de eventual decisão do STF. Em entrevista à Folha e repercutida por Jornal GGN e CartaCapital, o senador afirmou que o candidato bolsonarista em 2026 “deverá bancar o perdão a Bolsonaro — mesmo que o STF o julgue inconstitucional” — e previu “possibilidade e uso da força” na hipótese de conflito entre os Poderes. A densidade da frase‑chave é garantida desde o início, com foco na urgência democrática.
Indulto forçado e ameaças veladas
Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) afirmou que o futuro presidente de direita terá “o comprometimento” de conceder o indulto ao pai, mesmo após condenação no STF, e que a possibilidade de “uso da força” servirá para garantir este perdão. Ele destaca que tal cenário ocorrerá caso o STF imprima a declaração de inconstitucionalidade ao indulto — o que exigiria uma resposta institucional, segundo ele, “não em tom de ameaça, mas uma análise de cenário”.
Confronto entre Poderes em cena
Flávio disse: “vai ter que ser alguém na Presidência que tenha esse comprometimento”, mesmo que isso gere “interferência direta entre os Poderes”. Ele admite que o PT poderá entrar com habeas corpus, mas defende que o futuro presidente se prepare para assegurar a aplicação do indulto.
Juristas alertam: patamar quase golpista
Advogados como Kakay e Marco Aurélio de Carvalho criticaram a fala como ameaça institucional. Kakay alerta que a postura reforça a necessidade de cumprimento rigoroso da Constituição e punição de extremistas. Já Carvalho classificou como “vergonhoso” o uso de um veículo de imprensa para legitimar ruptura — com fala intensa sem civilidade política.
Perguntas retóricas para reflexão
- Até quando admitiremos que decisões constitucionais sejam contestadas por forças paralelas?
- Quem decide: o STF ou o “uso da força” político-militar?
- Quando a retórica de ameaça institucional substitui o debate democrático?
Chamada à ação
- Exigir do STF, PGR e TSE que investiguem articulação de poder visando romper limites constitucionais.
- Pressionar o Congresso e a OAB a repudiar ameaças veladas de utilização da força presidencial.
- Mobilizar a sociedade civil e imprensa para denunciar o projeto de perpetuação do autoritarismo sob o pretexto de família.
Conclusão
Flávio Bolsonaro não faz discurso genérico: ele defende indulto ao pai, mesmo que inconstitucional, e “uso da força” como retaguarda institucional. O que está em jogo é a capacidade do país resistir a um processo de rupturas democráticas — e se permitir isso, estamos abrindo a porta ao autoritarismo travestido de normalidade. A hora exige vigilância, reação política e compromisso irrestrito à Constituição.