Ex-chefe da FAB reforça: Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro caso ele levasse adiante plano golpista
Carlos Baptista Júnior confirma no STF que general do Exército alertou Bolsonaro: “Se fizer isso, vou ter que te prender”

Em seu depoimento de hoje (21 de maio de 2025), no Supremo Tribunal Federal, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior — ex-comandante da Força Aérea Brasileira — confirmou que o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, ameaçou prender Jair Bolsonaro caso este persistisse com um golpe contra a democracia, após as eleições de 2022. A frase foi direta e reveladora: “Se fizer isso, vou ter que te prender”.
Reuniões no Palácio da Alvorada com tom de ultimato
- Segundo Baptista Júnior, o episódio ocorreu em novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, durante reuniões que debateram a tentativa de impedir a posse de Lula, incluindo esboços para dicter estado de sítio ou GLO — e até a prisão de Alexandre de Moraes.
- O general Freire Gomes, “com muita tranquilidade, calma”, lançou o aviso legal, que para ele era uma medida preventiva institucional, não uma bravata.
Relação entre os militares e o golpe
- A narrativa de Baptista reforça que o golpe não era improvisado: era discutido nas profundezas do poder, envolvendo os três comandan¬tes das Forças Armadas — Exército, Aeronáutica e Marinha .
- Mas o posicionamento do Exército foi firme: sem apoio militar, o plano de ruptura foi abortado, abortando uma possível dissecação institucional.
Discurso conciliador de Freire Gomes — e o recuo da Marinha
- Embora Freire Gomes afirme que não usou expressões agressivas — descreveu como “enquadrado juridicamente” — Baptista reforça que o recado foi claro: a ameaça era real, não retórica.
- Já o comandante da Marinha, almirante Garnier, segundo Baptista, ofereceu tropas, enquanto Exército e Aeronáutica se mantiveram contrários ao golpe, revelando fissuras profundas dentro das Forças.
Por que isso importa
Em primeiro lugar, a fala de Baptista Júnior desmonta a narrativa de que militares estavam “sem plano” — havia sim um roteiro para golpe, com conteúdo técnico e institucional.
Por outro lado, o ato de Freire Gomes confirma que ainda havia limites dentro das Forças Armadas — limites que protegeram a democracia naquele período.
Acresce que esse enfrentamento interno simboliza o dilema institucional: um presidente querendo interferir, um general disposto a barrar — e um país só que escapou por meio.
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