Ex-comandante do Exército depõe ao STF e revela ter ameaçado prender Bolsonaro caso insistisse em ruptura democrátic

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (19) a fase de depoimentos das testemunhas no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre os primeiros a serem ouvidos está o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que prestou informações consideradas centrais para o esclarecimento do caso.

Em seu depoimento, Freire Gomes revelou que o então presidente Jair Bolsonaro apresentou aos comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto que previa a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras medidas de ruptura institucional. O general afirmou ter rejeitado veementemente a proposta e chegou a ameaçar prender Bolsonaro caso ele insistisse em seguir adiante com o plano golpista.

As declarações de Freire Gomes corroboram informações já fornecidas à Polícia Federal, nas quais o general detalhou a pressão exercida por Bolsonaro para que as Forças Armadas apoiassem a tentativa de golpe. O ex-comandante do Exército destacou que o documento apresentado por Bolsonaro tinha conteúdo idêntico à minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também réu na trama golpista.

A postura firme de Freire Gomes foi fundamental para impedir a concretização do golpe. Segundo relatório da Polícia Federal, a tentativa golpista de Jair Bolsonaro e aliados não foi concretizada porque a maioria do Alto Comando do Exército e os comandantes do Exército e da Aeronáutica no final de 2022 “não cederam a pressões golpistas”.

O depoimento de Freire Gomes marca o início de uma série de oitivas que ocorrerão até o dia 2 de junho, envolvendo 82 testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República e pelas defesas dos acusados. As audiências são realizadas por videoconferência para evitar a combinação de versões entre os depoentes.


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1 comentário em “General Freire Gomes confirma pressão golpista de Bolsonaro e reforça resistência institucional

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