Freire Gomes recusou plano golpista de Bolsonaro e reafirmou compromisso do Exército com a Constituição
Ex-comandante do Exército revelou ter alertado Bolsonaro sobre os limites constitucionais das Forças Armadas, recusando participação em ações que extrapolassem suas competências legais

Em depoimento recente, o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, revelou ter alertado o então presidente Jair Bolsonaro de que a instituição não participaria de ações que extrapolassem suas competências constitucionais. Segundo Freire Gomes, ele afirmou a Bolsonaro que o Exército não violaria a Constituição, mesmo diante de propostas que sugeriam o contrário. “O principal aspecto é que justamente aquilo que competiria ao Exército, nós não vislumbrávamos como poderíamos participar disso”, declarou o general. Ele acrescentou que alertou o presidente sobre esses aspectos e que Bolsonaro concordou que não havia o que fazer. “E eu disse que o Exército não participaria de algo que extrapolasse nossa competência constitucional”, completou Freire Gomes.
A recusa de Freire Gomes em apoiar qualquer ação que violasse a Constituição foi um dos fatores que impediram a concretização de uma tentativa de golpe de Estado no Brasil entre 2022 e 2023. De acordo com investigações da Polícia Federal, a tentativa golpista de Jair Bolsonaro e aliados não foi concretizada porque a maioria do Alto Comando do Exército e os comandantes do Exército e da Aeronáutica no final de 2022 “não cederam a pressões golpistas”.
A postura de Freire Gomes demonstra o compromisso das Forças Armadas com a legalidade e a ordem constitucional, mesmo diante de pressões políticas. Sua recusa em participar de ações que violassem a Constituição reforça a importância da independência e da responsabilidade das instituições militares em um Estado democrático de direito.
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