Moraes assume inquérito contra Eduardo Bolsonaro no mesmo dia em que golpista deportada dos EUA é presa pela PF – por Leonardo Stoppa
Enquanto Eduardo Bolsonaro sonhava com sanções contra o STF, a realidade bateu à porta: golpista do 8 de janeiro foi deportada dos EUA e entregue à Polícia Federal, nas mãos de Alexandre de Moraes — que também acaba de assumir a relatoria do novo inquérito contra o filho de Bolsonaro.

Golpista do 8 de janeiro deportada dos EUA é entregue à PF no mesmo dia em que Moraes assume inquérito contra Eduardo Bolsonaro
A extrema-direita bolsonarista, que até ontem festejava uma suposta aproximação entre Trump e seus aliados golpistas, começa a semana amargando mais uma sequência de derrotas que expõem a falência moral e estratégica do movimento. Uma criminosa do 8 de janeiro, foragida nos Estados Unidos, foi enfim deportada e caiu diretamente nas mãos da Polícia Federal. E mais: está agora sob a jurisdição de ninguém menos que Alexandre de Moraes.
Mas o caso dessa fugitiva não é qualquer um. É o retrato cru da loucura coletiva que tomou conta do bolsonarismo: segundo o próprio Moraes, quando o Ministério Público ofereceu um acordo de colaboração — como costuma acontecer para reduzir pena em troca de confissão — a resposta foi absolutamente delirante: “Não aceito o acordo, estamos aguardando a intervenção militar”. Isso mesmo. Em pleno século XXI, diante da possibilidade de passar décadas na prisão, a criminosa preferiu acreditar num golpe militar imaginário a colaborar com a Justiça.
Fugiu então para os Estados Unidos, onde achava que encontraria abrigo — talvez com base na ilusão de que Trump a protegeria, ou de que os EUA dariam “colher de chá” aos golpistas brasileiros. Ledo engano. Foi extraditada e entregue à PF. A realidade não perdoa delírios.
E enquanto essa bolsonarista descia algemada de volta ao Brasil, do outro lado do oceano político, outro nome da família Bolsonaro se aproximava perigosamente do abismo: o deputado Eduardo Bolsonaro entrou oficialmente na mira do STF. O motivo? Sua articulação com congressistas trumpistas nos EUA para pressionar e desestabilizar ministros da Suprema Corte brasileira, especialmente Alexandre de Moraes.
Só que o tiro saiu pela culatra. Longe de intimidar o STF, a provocação de Eduardo serviu como combustível. Moraes, que já vinha sendo atacado por aliados de Bolsonaro, foi escolhido relator do novo inquérito aberto contra o filho do ex-presidente. Segundo ministros do Supremo, o clima dentro da Corte é de endurecimento. Moraes estaria, nas palavras de um deles, “com sangue nos olhos”.
E aqui temos o retrato do momento: de um lado, a base bolsonarista apodrecendo em delírios, acreditando em salvadores estrangeiros, enquanto vê seus aliados sendo presos, condenados e agora até deportados. Do outro, a Justiça brasileira avança — lenta, porém firme — sobre uma das tentativas mais vergonhosas de ataque à democracia que este país já viveu.
O recado está dado: não tem acordo, não tem salvação mágica, e muito menos intervenção militar. O que tem é Justiça, cadeia e o fim da impunidade.
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