Heleno diz no STF que não cometeu ato ilegal porque “não havia oportunidade”
Em depoimento, ex-ministro do GSI admite postura evasiva, nega envolvimento em fake news e esclarece tentativa de monitoramento institucional

Heleno confirma que jamais cometeu ação ilegal porque “não havia oportunidade”, diz reportagem da Folha de S.Paulo reproduzida pelo Brasil 247. Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) evitou responder perguntas de Moraes, da PGR e de advogados das demais defesas, respondendo apenas aos questionamentos da própria defesa.
Sobre supostas fake news sobre urnas eletrônicas, interrogado por seu advogado, Heleno negou envolvimento com disse: “eu não tinha nem tempo para fazer isso”. Quando instado a confirmar diretamente se “nunca defendeu atitudes ilegais”, ele repetiu a justificativa de que não houve espaço para tal.
Sobre infiltração da Abin em campanhas eleitorais, Heleno disse que a conversa que manteve com o então diretor interino da agência, Victor, tinha objetivo de “acompanhar as eleições para evitar algo como ocorreu com Bolsonaro na facada de Juiz de Fora”, e não para fins ilegais, conforme relatado pela PGR.
O que pesa contra Heleno no STF
- A PGR acusa o general de atuar como “estrategista central” da organização criminosa envolvida na trama de golpe, com articulação intensa com Bolsonaro e permanência no núcleo do GSI mesmo ao final do mandato. Também pesa a menção a documento que o nomeia como comandante de “gabinete de crise” após o golpe.
- Apontam‑se papéis manuscritos associados ao uso da AGU para validar decisões judiciais favoráveis ao grupo, coerção de agentes do sistema de persecução penal e aparamente da Abin para espionagem e desinformação eleitoral.
Estratégia de defesa no STF
Heleno adotou postura evasiva, respondendo apenas ao advogado, evitando confronto direto com as demais partes. Sua justificativa central foi de que “não se cometeu ato ilegal por falta de oportunidade”, criando margem ampla para interpretação ambígua.
Relevância institucional
A tática de Heleno, ao admitir a existência de conversas sobre infiltração e supostas fake news, mas eximir-se de responsabilidade prática, pode influenciar o posicionamento do STF sobre sua conduta. A acusação se baseia em delações, documentos e indícios, enquanto sua defesa aposta na falta de iniciativa concreta e restrição de interpretação das ações.
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