Ex-ministro do GSI só responde às perguntas de sua defesa durante o interrogatório sobre o golpe de 2022

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, decidiu exercer o direito ao silêncio parcial durante seu interrogatório no STF. Em vez de responder ao relator Alexandre de Moraes, ao procurador‑geral da República e às defesas dos demais réus, ele só respondeu às perguntas formuladas por seu próprio advogado, o que representa uma estratégia defensiva significativa na fase atual do processo.

A defesa de Heleno optou por filtrar a interlocução, fazendo com que ele respondesse somente a questões estruturais. O advogado Matheus Milanez teve que, em certo momento, chamar a atenção de seu cliente para as respostas objetivas. O relator comentou com surpresa, destacando o uso inusitado do silêncio parcial.

Heleno negou envolvimento em ações ilegais, justificando que “não havia oportunidade” para tais atos, e afirmou que não teve tempo ou clima para participar de produção de fake news ou de infiltrações por meio da Abin em campanha eleitoral.

Esse é o primeiro caso na série de interrogatórios em que um réu faz uso tão restrito do direito constitucional ao silêncio — previsto no Art. 5°, LXIII da Constituição — optando por responder apenas à própria defesa.


Por que isso tem impacto

  • A opção pelo silêncio parcial evidencia cautela estratégica, pois evita confrontos no tribunal ou concessões disfarçadas que possam ser usadas pela acusação.
  • A negativa de participação ativa em eventos como distribuição de fake news ou infiltração via Abin pretende distanciar Heleno das acusações mais graves.
  • A postura reduz a chance de comprometer sua versão dos fatos por meio de falas imprecisas ou induzidas em ambiente de alta pressão.

O interrogatório de Heleno ocorre dentro de uma sequência que já ouviu Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres. Faltam ainda Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.


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2 comentários sobre “Heleno adota silêncio parcial no STF e evita responder a relator e acusação

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