Defensores da trama golpista recorrem à inteligência artificial para enfrentar Alexandre de Moraes no STF, criando um precedente perigoso de uso tecnológico contra a Justiça.

É hora de encarar a fronteira da inteligência artificial contra Moraes: advogados de réus ligados à trama golpista admitiram, reservadamente, o uso de IAs como Claude, Gemini e Jurídico AI para construir defesas e atacar o relator Alexandre de Moraes. Uma estratégia que expõe riscos graves à autonomia jurídica e alimenta os ventos de deslegitimação da Justiça.

Em primeiro lugar, quem usa IA e como

Escritórios ligados aos acusados da tentativa de golpe recorreram a plataformas como Claude (Anthropic), Gemini (Google) e Jurídico AI. A promessa? Transformar milhares de páginas do processo em resumos, pesquisa de jurisprudência e até rascunhos de peças jurídicas.

Um advogado, em off, admitiu que “a inteligência artificial é uma espécie de assistente virtual. O escritório ganha agilidade” — o que já evidencia a dependência emergente. Gastos mensais giram entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, com cobrança por página lida chegando a R$ 0,50.

Por outro lado, a operação pode minar a Justiça

Essa prática levanta preocupações. Ao colocar IA no centro de defesas que questionam um ministro do STF, abre-se um precedente inédito: usar tecnologia para confrontar a Corte, em vez de reforçar argumentos legais. O arsenal jurídico vira um escudo tecnológico — e perigoso.

Falta de transparência e riscos éticos

As defesas preferem não assumir publicamente essa estratégia, temendo desgaste devido ao histórico de petições geradas por IA com conteúdo falso ou impreciso — caso recente envolvendo uma peça com precedentes forjados, que foi rejeitada por Zanin e multada por má-fé.

Pergunta retórica

Por que buscar atalhos tecnológicos para atacar o relator Alexandre de Moraes, em vez de fortalecer a argumentação jurídica tradicional? A pergunta ecoa: a soberania do Judiciário não merece respostas legítimas e embasadas, sem atalhos e artimanhas?

Contexto técnico-jurídico

O uso da IA no meio jurídico já é realidade — mas até agora vinha como apoio, não como instrumento ofensivo contra magistrados. No caso em questão, o que se vê é uma estratégia integrativa: pesquisa, redação e análise judicial auxiliadas por IA, em um processo que tem mais de vinte volumes. A ferramenta está longe de ser neutra.

Consequências e desdobramentos

  • Pode abrir precedente ao uso instrumentalizado da IA para confrontar a ordem institucional.
  • Risco de decisões jurídicas contestadas por respaldo artificial, sem revisão crítica.
  • Pressão sobre o STF para regulamentar o uso de IA nos processos — um desafio futuro inevitável.

Conclusão

Não se trata apenas de inovação tecnológica; trata-se de manipulação estratégica de recursos digitais para enfraquecer a autoridade de um ministro do STF. A atitude dos advogados, ao admitirem o uso da inteligência artificial contra Moraes, revela uma nova rota de puro oportunismo: transformar a justiça em alvo de algoritmos. É urgente restabelecer as fronteiras entre tecnologia e integridade judicial — antes que o próprio sistema se torne algoritmo autocrático.


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2 comentários sobre “Advogados golpistas lançam IA contra Moraes — soco na soberania do STF

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