Lira, Moraes e adversários políticos espionados pela “Abin Paralela” de Bolsonaro
Esquema de inteligência clandestino monitorou desde ministros do STF até jornalistas e líderes do Congresso — revelações que exigem investigação profunda.

Em primeiro lugar, destacamos: Lira, Moraes e adversários políticos espionados pela Abin Paralela. O inquérito da Polícia Federal revelou que o esquema clandestino da Abin monitorou autoridades dos Três Poderes, além de jornalistas e ex-presidenciáveis. A magnitude do escândalo atinge diretamente a estrutura institucional do país.
Quem foram os alvos
Segundo os documentos sigilosos enviados ao STF, entre os principais alvos estavam:
- Poder Judiciário: ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Gilmar Mendes.
- Poder Legislativo: Arthur Lira (ex-presidente da Câmara), Rodrigo Maia (ex-presidente da Câmara), Kim Kataguiri, Joice Hasselmann, senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
- Poder Executivo: ex-governador de São Paulo João Doria.
- Servidores públicos: auditores da Receita Federal e funcionários do Ibama.
- Jornalistas: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista — todos alvo de monitoramento judicial clandestino.
O esquema também produziu dossiês e divulgou informações falsas — afetando a credibilidade de jornalistas, parlamentares e autoridades.
Ferramenta FirstMile: rastreamento em massa
Para realizar a espionagem, a Abin usava o software FirstMile, permitindo a localização de celulares via antenas, com uso de login e senha. Estima-se que dezenas de milhares de dispositivos foram mapeados nos primeiros anos do esquema.
Propósito político e institucional
As informações obtidas abasteciam o chamado “gabinete do ódio”, estimulando campanhas pró‑Bolsonaro e fornecendo dados para defesa judicial da família presidencial, como no caso Flávio Bolsonaro. A ferramenta ainda foi usada para criar narrativas falsas contra adversários.
Perguntas retóricas para reflexão
- Se ministros do STF e Congressistas podem ser alvo, onde termina a atuação do Estado?
- Quem defende a democracia quando até a inteligência estatal é usada para perseguição política?
- A que ponto o sigilo institucional se torna escudo para violações estruturais?
Chamada à ação
- Exigir que o STF e a PGR abram processos públicos sobre os alvos do monitoramento.
- Mobilizar o Congresso para aprovar leis que limitem o uso de inteligência governamental.
- Pressionar a imprensa para cobertura serial e técnica do impacto institucional do caso.
Conclusão
A lista de agentes da Abin Paralela mostra que a espionagem política foi projetada para corroer o Estado democrático — atingindo figuras centrais como Lira, Moraes, Barroso e jornalistas. Mais que escândalo, é um alerta institucional: o controle de inteligência não pode ser arma política. A hora exige mobilização cívica para restaurar os limites do Estado.
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